Folha de S. Paulo


Dois presos da fase Triplo X da Lava Jato são soltos pela Justiça do Paraná

Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress
Nelci Warken, Ricardo Honório Neto e Renata Pereira Brito, presos na 22ª fase da Lava Jato, deixando o IML de Curitiba (PR), na quit
Nelci Warken, Ricardo Honório e Renata Pereira Brito, presos na Lava Jato, no IML de Curitiba

Ricardo Honório Neto e Renata Pereira Brito, presos na fase Triplo X da Operação Lava Jato, realizada na semana passada, foram liberados da prisão neste domingo (31).

Eles são respectivamente sócio e funcionária da Mossack Fonseca, empresa investigada nessa fase da operação por suspeita de lavagem de dinheiro. De acordo com os procuradores do caso, a prisão deles não é mais necessária por já terem sido colhidas as provas de interesse para a investigação.

O juiz responsável pelo caso, Sérgio Moro, manteve a prisão de uma outra investigada nessa etapa, a publicitária Nelci Warken, a pedido do Ministério Público. De acordo com os procuradores da República, ela estava tentando ocultar patrimônio o que seria motivo para a renovação da prisão dela.

A PF apura se ela usou a estrutura de uma offshore para ocultar patrimônio em favor de Marice Correa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT, preso em fase anterior da Lava Jato. A defesa de Warken nega.

A FASE

A Triplo X mirou no escritório da Mossack Fonseca no Brasil porque a empresa é acusada de criar companhias offshore de fachada em diversos países para facilitar o pagamento de propina proveniente de contratos fraudulentos com o governo e empresas públicas, entre elas a Petrobras.

As duas pessoas consideradas as reais responsáveis pela Mossack no Brasil, Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez Rivero, tiveram prisão decretada pela Justiça mas continuam foragidas. O advogado Ademir Auada, suspeito de destruir informações sobre uma das empresas investigadas, continua preso.

Segundo os procuradores, a Mossack teria criado offshores para ocultar a propriedade de imóveis construídos pela OAS num prédio do Guarujá (SP), o Edifício Solaris. O imóvel teve a construção iniciada pela Bancoop, a cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo, e tinha como um dos cotistas a esposa do ex-presidente Lula, Marisa Letícia.

Os procuradores apuraram que Lula e Marisa visitavam a cobertura triplex do prédio e que a OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato, estaria fazendo uma reforma para a família do ex-presidente habitar o imóvel. Mas a defesa de Lula afirma que o imóvel não serviu para a família e, por isso, ele não exerceu o direito de comprá-lo e, portanto, nunca foi seu proprietário.

Triplex no Guarujá


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