Folha de S. Paulo


Odebrecht diz não ter relação com a obra em sítio frequentado por Lula

Jefferson Coppola/Revista Veja
O sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado por Lula e familiares
O sítio em Atibaia (SP), frequentado por Lula e familiares

Questionada pela Folha sobre o fato de fornecedores da obra no sítio em Atibaia terem afirmado que a Odebrecht foi a responsável pela compra de material e realização das obras no local usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua família, a empresa afirmou não ter relação com o terreno.

"Após apuração preliminar, a Construtora Norberto Odebrecht não identificou relação da empresa com a obra", disse por meio de sua assessoria de imprensa.

Procurado, o Instituto Lula disse que não iria se manifestar sobre o conteúdo da reportagem.

O empresário Fernando Bittar, um dos donos da propriedade rural, e que é sócio de Fábio Luís na Gamecorp, não respondeu a nenhuma das tentativas de contato feitas pela Folha.

A reportagem telefonou diversas vezes para a empresa de Bittar e enviou e-mails, mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição.

O empresário Jonas Suassuna, sócio de Fábio Luís, filho mais velho de Lula, informou que a área que ele possui fica ao lado do sítio e não contém nenhuma das benfeitorias descritas na publicação.

"Não sou dono do sítio Santa Bárbara, sou dono do sítio ao lado. No meu terreno não há nenhuma edificação, e ele foi comprado com o meu dinheiro. Não conheço a Odebrecht. Sou só vizinho e isso não me parece crime", disse.

Nas escrituras, a área de 173 mil m² está dividida em duas partes, uma registrada em nome de Bittar e o outra no nome de Suassuna. Os dois terrenos vizinhos foram comprados em 2010, pouco antes das reformas terem início, do mesmo proprietário.

A Folha não conseguiu localizar o arquiteto Igenes Irigaray Neto.

Frederico Barbosa, engenheiro da Odebrecht que participou das obras, diz que o fez por meio de outra empresa e que seu trabalho foi "apoio informal".


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