Folha de S. Paulo


Violência contra jornalistas aumentou em 2015, diz relatório da Fenaj

A violência contra jornalistas cresceu em 2015, aponta relatório da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) divulgado nesta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro.

De acordo com o documento, houve 137 casos de violência contra repórteres em 2015, contra 129 registrados no ano anterior. A quantidade de assassinatos, entretanto, diminuiu —dois jornalistas foram mortos no país no ano passado, segundo a Fenaj.

Em maio, o corpo do jornalista Evany José Metzker, 67, foi encontrado na zona rural de Padre Paraíso (MG). Ele mantinha o blog "Coruja do Vale", cuja cobertura era voltada a casos de violência na região e continha críticas à administração pública. O inquérito corre em segredo de Justiça.

Em 5 de março, o paraguaio Gerardo Ceferino Servían Coronel, 44, foi morto em Ponta Porã (MS). Amigos de Servían ouvidos pelo Comitê para Proteção dos Jornalistas desconfiavam que a morte estava relacionada a críticas feitas pelo jornalista a Marcelino Rolón, que até 2015 era prefeito da cidade paraguaia de Zanja Pytã. À época do assassinato, Rolón divulgou nota negando ligação, e a polícia brasileira disse que não havia suspeitos.

O relatório ressalta, no entanto, que houve crescimento no número de assassinatos de outros profissionais de comunicação, como radialistas e blogueiros. No texto, a Fenaj classifica os episódios como "muito preocupantes".

Agressões físicas compõem o principal tipo de violência sofrido por jornalistas em 2015, diz o documento, que contabilizou 49 casos —principalmente durante manifestações de rua.

Além disso, ressalta a Fenaj, foram registrados atentados, impedimento do exercício profissional, ameaças, agressões verbais, cerceamento de liberdade por meio de processos, prisões e censura.

Os principais responsáveis pela violência contra jornalistas são policiais (20,44%), políticos ou assessores de políticos (15,33%) e manifestantes (13,87%). O relatório não cita números nem entra no mérito sobre punições aos responsáveis.

A região com mais casos é o Sudeste, que representa 41,6% do total. Jornalistas que trabalham em redes de televisão foram os mais atingidos, de acordo com a Fenaj, seguidos de repórteres de jornais e de sites.

Confira a íntegra do relatório no site da Fenaj.


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