Folha de S. Paulo


Residências oficiais da Casa Civil e da Fazenda serão colocadas à venda

Alan Marques/Folhapress
Residência oficial do ministro-chefe da Casa Civil, no Lago Sul, em Brasília; imóvel será posto à venda
Residência oficial do ministro-chefe da Casa Civil, no Lago Sul, em Brasília; imóvel será posto à venda

Na tentativa de melhorar as contas do governo, em grave situação de deficit fiscal, o Ministério do Planejamento listou as residências oficiais dos ministros da Casa Civil e da Fazenda entre os imóveis da União que serão colocados à venda com financiamento da Caixa Econômica Federal.

Localizadas no Lago Sul, área nobre de Brasília, as casas atualmente não são ocupadas pelos dois homens de confiança da presidente Dilma Rousseff: os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Ambos alegam que preferiram morar em imóveis menores e assim o fizeram. A informação foi publicada no site do jornal "O Globo" neste sábado (16).

Segundo Guilherme Estrada Rodrigues, secretário nacional do Patrimônio da União, órgão que administra os bens de domínio do governo federal, nesta terça-feira (19) será publicada uma portaria no Diário Oficial da União autorizando a alienação de 239 imóveis, entre eles as residências oficiais dos ministros, com intermediação da Caixa.

O banco será também responsável por estimar o preço dos imóveis, mas ainda não apresentou esses dados.

Dessa forma, a compra poderá ser feita por pessoa física ou jurídica utilizando as linhas de crédito disponíveis na Caixa. Segundo o secretário, isso vai facilitar as transações visto que, no ano passado, o governo lançou licitação para alienação de 20 imóveis e não obteve sucesso. Esses, inclusive, estarão na lista que será publicada nesta terça.

Sobre as residências oficiais, o secretário diz que "são casas que os novos ministros escolheram não ocupar e optaram pela alienação".

A assessoria de Jaques Wagner, porém, afirmou à Folha que ele sequer foi consultado sobre a venda da casa mas que "não caberia uma consulta" ao ministro, já que o Ministério do Planejamento é o responsável por tratar dos imóveis do governo e "cabe a ele" decidir o que fazer.

A expectativa da União é arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão com a alienação dos imóveis este ano. A lista que será publicada nesta terça é apenas o primeiro lote dos bens e, a cada dois meses, outros devem ficar à disposição para a compra.

Quando era ministra da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma morou na casa no lago, assim como seu antecessor José Dirceu e seus sucessores Erenice Guerra e Antonio Palocci.

Último a ocupar o gabinete de ministro-chefe da Casa Civil antes de Wagner, Aloizio Mercadante também preferiu morar em um apartamento em vez de usar a residência oficial.

A residência oficial chegou a ser oferecida ao ex-ministro da Educação Cid Gomes, mas ele não chegou a morar no local devido à realização de reformas.

VENDA

Segundo técnicos da Secretaria do Patrimônio da União, quando o imóvel não está em uso, como era o caso das residências oficiais dos ministros da Casa Civil e Fazenda, é feito uma vistoria, calcula-se o preço de mercado e, em seguida, coloca-o à venda.

A partir desta terça, o comprador interessado pelos imóveis vai até a Caixa –o banco também procurará compradores em potencial– e ali será organizado o processo de venda, com formação dos lotes. Pelo contrato com o governo, a Caixa vai receber 3,5% do valor de venda do imóvel.


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