Folha de S. Paulo


PF suspeita de propina a marqueteiro de Lula e Dilma, diz 'Veja'

Marcelo Justo/Folhapress
João Santana, marqueteiro do PT nas campanhas de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014)
João Santana, marqueteiro do PT nas campanhas de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014)

A Polícia Federal apreendeu carta que ligaria o marqueteiro do PT, João Santana, ao esquema de corrupção na Petrobras, segundo reportagem publicada na revista "Veja" desta semana.

De acordo com a publicação, trata-se de documento manuscrito enviado pela mulher do marqueteiro, Mônica Moura, ao consultor Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro de Cingapura que prestou serviços à Petrobras.

A carta, encontrada durante operação de busca e apreensão em fevereiro do ano passado, continha indicações de duas contas no exterior, uma nos Estados Unidos e outra na Inglaterra.

O documento levou a PF a suspeitar, segundo a "Veja", que Zwi tenha intermediado o repasse de propina do esquema de corrupção na Petrobras a João Santana, que comandou as campanhas ao Palácio do Planalto de Lula e Dilma de 2006 a 2014.

Zwi foi apontado pelo delator e ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como operador da propina paga pela Keppel Fels –cujos contratos com a Petrobras, segundo a "Veja", totalizaram US$ 6 bilhões no período de 2003 a 2009.

OUTRO LADO

Em nota divulgada por sua assessoria, João Santana classificou como "furada" a reportagem da "Veja" e negou irregularidades.

"É perda de tempo procurar caixa dois na Polis [empresa de Santana], simplesmente porque o grupo recolhe todos os impostos devidos", afirma a nota.

Ele diz ainda seguir a lei e que valores recebidos por campanhas no Brasil vêm de contas oficiais dos partidos. "Todas as nossas contas foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e os diversos tribunais regionais onde a Polis fez campanhas."


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