Folha de S. Paulo


Líder do governo na Câmara avalia 2015 de Dilma como 'ano de vitórias'

Alan Marques/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 21.12.2015. O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães, dá entrevista para fazer o balanço da atuação da liderança no ano de 2015. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães, em entrevista sobre o balanço de 2015

Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse nesta segunda-feira (21) que 2015 foi "um ano de vitórias" legislativas para a gestão de Dilma Rousseff e que, apesar de as previsões apontarem no sentido contrário, a economia vai sair do buraco em 2016.

Guimarães, que reuniu a imprensa para fazer um balanço do ano, foi o responsável por conduzir a combalida base de apoio de Dilma na Câmara, palco de várias derrotas governistas durante todo o ano.

A primeira delas, já no início de fevereiro,foi a vitória em primeiro turno de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Casa. Já a última ocorreu no dia 8, quando em votação secreta a Casa indicou ser majoritariamente favorável à destituição da presidente ao aprovar por 272 votos a 199 uma chapa anti-Dilma para a comissão do impeachment.

"Não estou dizendo que não teve problemas, mas não podemos tapar o sol com a peneira, tudo o que o Levy [ex-ministro da Fazenda] mandou para cá a gente aprovou", disse Guimarães. Sobre o fato de os projetos terem sido bastante alterados para poderem ser aprovados, afirmou que o governo não pode tudo e que a Câmara "é a Casa do diálogo".

Apesar de tentar passar uma mensagem de otimismo, o petista reconheceu que o governo estava por um fio na votação da composição da comissão do impeachment –votação essa que terá que ser refeita por ordem do Supremo Tribunal Federal.

"Nas condições em que estávamos, na beira do abismo, você ainda ter 200 votos [favoráveis a Dilma]?", afirmou.

AJUSTE

Guimarães também comentou a troca de guarda na economia, com críticas indiretas a Joaquim Levy. Ele disse esperar do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, uma inflexão para aumentar a interferência do Estado na economia como indutor do desenvolvimento.

"Ajuste por ajuste não mais, ajuste para retomar o crescimento. O Brasil não precisa no momento de mais mercado, mas de mais Estado. Não haverá retomada se ficar só nessa história do ajuste."

Para o petista, não tem como 2016 ser pior. Ele defende mais crédito pelo governo para a ampliação do investimento.


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