Folha de S. Paulo


Ex-jogador de futebol diz sofrer calote de banco investigado pela Lava Jato

Antonio Gaudério - 4.mai.95/Folhapress
O meia Válber comemora gol pelo Palmeiras em 1995
O meia-atacante Válber comemora gol pelo Palmeiras em torneio da Taça Libertadores

Na década de 1990, o meia-atacante Válber da Silva Costa foi artilheiro do Campeonato Paulista pelo Mogi Mirim e passou por times como Corinthians, Palmeiras e Vasco, além de diversas equipes do Japão.

Hoje aos 44 anos, o ex-atleta diz, em uma ação judicial, ter tomado um calote de US$ 1,1 milhão em um investimento no falido banco Schahin, grupo investigado na Operação Lava Jato.

Válber retirou recursos que estavam em uma caderneta de poupança no Japão e, em 2011, comprou certificados de investimento no valor de US$ 1,1 milhão do falido banco Schahin, que havia recentemente se convertido em banco BCV, após ser adquirido pelo BMG.

No último dia 1º, porém, o ex-jogador ingressou com uma ação na Justiça cobrando o calote desse investimento, que, segundo a ação, não foi pago quando venceu o prazo de resgate.

Com a atual cotação do dólar, o investimento equivale a cerca de R$ 4 milhões.

O advogado Oswaldo Fabris argumenta na ação que Válber está se tratando de uma grave doença e que necessita dos recursos para custear o tratamento.

Pede ainda gratuidade das custas processuais sob o argumento de que, dado o calote, Válber nem sequer tem recursos para pagar esses custos.

O advogado afirma que os antigos executivos do banco, Carlos Eduardo Schahin e Pedro Henrique Schahin, "iludiram" Válber a fazer os investimentos. Segundo ele, vencido o prazo de resgate das aplicações, não houve o pagamento.

A Folha já mostrou que o banco IBM entrou com uma ação judicial cobrando uma dívida de R$ 87 milhões do Schahin e acusando seus controladores de sumir com patrimônio para não quitá-la.

O banco Schahin enfrentou dificuldades financeiras em 2011 e por isso foi vendido ao BMG, seu atual dono.

OUTRO LADO

Procurada na sexta-feira (18), a assessoria do grupo Schahin informou que não obteve contato com os porta-vozes da instituição para comentarem.

A assessoria do BMG diz não ter conhecimento da ação e que apresentará "eventuais esclarecimentos nos autos de processo judicial".

Informa também que não se manifestará sobre atos de responsabilidade de antigos administradores do Banco Schahin.


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