Folha de S. Paulo


Denúncia diz que SBM pagou ingressos da F1 para empregados da Petrobras

O Ministério Público Federal apontou favorecimento pessoal por parte de diretores da holandesa SBM Offshore para funcionários da Petrobras. Entre elas estavam a disputa de um torneio de futebol na Dinamarca, em 2011, e convites para o Grande Prêmio de Fórmula 1 de Cingapura, em 2009.

Os benefícios foram citados na denúncia relativa à operação da Polícia Federal "Sangue Negro", deflagrada nesta quinta-feira (17), que aponta repasses para executivos da Petrobras em contas offshore no exterior referentes a oito contratos mantidos com a estatal. Os valores das propinas chegam a até 3% do valor total dos contratos.

Segundo a denúncia, Phillipe Jacques Levy, que em 2011 era representante da SBM Offshore Brasil foi denunciado por favorecimento pessoal por omitir informações que poderiam prejudicar investigados.

Isso porque, em abril de 2014, ao prestar esclarecimentos ao MPF, Levy disse que a SBM não oferecida cortesias à empregados da Petrobras oferecendo, ao máximo, "cartões de Natal".

O MPF, no entanto, teve acesso a um e-mail apurado pela Segunda Comissão Interna de Apuração da Petrobras, de 2015, enviado por um diretor da SBM para empregados da Petrobras, com cópia para Levy.

No e-mail, o diretor oferece participação em um campeonato de futebol na Dinamarca "com a SBM pagando as despesas de transporte (fora o bilhete aéreo) e acomodação".

Ainda na denúncia, o MPF afirma que em 2009, o próprio Levy ofereceu convites da corrida de F1 em Cingapura para Mario Nigri Klein, que ocupava a função de Gerente para Implementação de Empreendimentos de Sondas.

Klein repassou os convites para outra pessoa, identificada como Flávio Siqueira Júnior, de acordo com a apuração da própria estatal.

Levy também pagou hotéis em Houston para o ex-empregado da Petrobrás Paulo Roberto Buarque Carneiro, diz a apuração da Petrobras.

Ainda na denúncia, o MPF afirmou que a cúpula da SBM, embora tenha se declarado cooperativa com as investigações, omitiu informações sobre as propinas pagas.

A SBM afirmou que Levy é ex-funcionário e que Chabas e Hepkema colaboraram com as investigações.


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