Folha de S. Paulo


Em SP, políticos vão aos protestos e discursam por queda de Dilma

Bruno Fávero/Folhapress
João Dória Jr. discursa em veículo do movimento Acorda Brasil durante manifestação pelo impeachment de Dilma na av. Paulista neste domingo (13).
João Doria Jr. discursa em carro do Acorda Brasil na manifestação pelo impeachment de Dilma em SP

Com discursos pedindo a saída do PT do poder, políticos de oposição compareceram à manifestação a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff neste domingo (13), na avenida Paulista, em São Paulo.

Os senadores José Serra (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) foram recebidos por lideranças dos grupos pró-impeachment assim que chegaram ao local. "Não podia ficar longe nesse momento. É a voz das ruas", disse Caiado, ao tirar selfies com integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) —o grupo, porém, afirma que nenhum político subiu em seu carro de som.

Tido como próximo ao PMDB, Serra afirmou que a participação do PSDB em um eventual governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer dependerá do que o partido dele apresentar como projeto para o país. "Mas agora é hora de falar de impeachment, depois falamos de governo", disse. O senador discursou ao microfone do grupo Vem Pra Rua.

Em cima do carro de som do movimento Acorda Brasil, um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, João Doria Jr., fez um discurso "pela limpeza pública". Após sua fala, Doria Jr. avaliou a mobilização como menor que o esperado, mas ressaltou que ela "representa a maioria do país".

Em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cujo presidente é Paulo Skaf —peemedebista próximo ao vice-presidente Michel Temer—, uma banda de metais atraiu público razoável. Foi ovacionada ao tocar o Hino Nacional, que repetiu mais de uma vez. Ao final, o público entoou gritos de "Fora PT!".

Skaf negou à Folha que a apresentação tenha cunho político. "Estamos fazendo isso desde que a Paulista foi fechada para os carros", afirmou. Questionado se nessas outras ocasiões o Hino também havia sido tocado, ele disse: "Nem sempre" —e riu.

Outros tucanos presentes à manifestação foram o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) e o secretário estadual Floriano Pesaro. Deputado federal, ele afirmou que irá se licenciar da secretaria para reassumir sua vaga na Câmara e votar pelo impeachment de Dilma. Pesaro ressaltou, ainda, que foi à Paulista com o consentimento do governador Geraldo Alckmin.

Aloysio, por sua vez, buscou fustigar o Planalto ao apropriar-se de um lema atual dos petistas. "Não vai ter golpe", disse. "Vai ter impeachment."

Colaborou ALEXANDRE ARAGÃO, de São Paulo


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