Folha de S. Paulo


PF vai intimar Lula para depor sobre negócios de seu filho

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Luis Claudio Lula da Silva (filho e Lula) Reproducao TV UOL ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, em entrevista

A Polícia Federal vai intimar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a depor em um dos inquéritos abertos a partir da Operação Zelotes. Os investigadores querem ouvi-lo sobre a atuação da empresa de um dos filhos dele, Luís Cláudio Lula da Silva. O ex-presidente deverá prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal, em Brasília.

Ainda não há a confirmação, porém, de Lula ter recebido o documento para comparecer ao prédio da PF.

Documentos apontam que a LFT Marketing Esportivo, de Luís Cláudio, recebeu R$ 1,5 milhão do escritório de lobby Marcondes & Mautoni.

Na mesma época da transação, o escritório foi remunerado por empresas interessadas na renovação dos efeitos de uma medida provisória pelo governo federal.

A Procuradoria da República no DF sustenta que "é muito suspeito que uma empresa de marketing esportivo receba valor tão expressivo de uma empresa especializada em manter contatos com a administração pública (Marcondes & Mautoni)".

O documento apresentado pela empresa de Luís Cláudio à PF como justificativa para o dinheiro —um relatório sobre esportes— possui diversos trechos copiados de sites, como a Wikipédia e o futebolístico "Trivela".

A Folha apurou que a decisão de marcar o depoimento de Lula foi tomada pelo delegado Marlon Cajado, mas antes ele fez uma consulta informal aos integrantes da força tarefa da Zelotes da Procuradoria da República no DF, que concordaram com a iniciativa, levando em conta que o delegado, como presidente do inquérito, pode tomar medidas que julgue necessárias para concluir a investigação.

Um dos objetivos do delegado é confirmar a informação prestada pelo ex-ministro Gilberto Carvalho no depoimento que prestou à PF. Ele disse que Mauro Marcondes é amigo de Lula. A PF quer saber detalhes da relação entre o lobista e o ex-presidente.

OUTRO LADO

Em nota divulgada nesta sexta-feira (11), a assessoria do Instituto Lula informou que o ex-presidente ainda não foi notificado oficialmente para depor, mas ele "estará, como sempre esteve, à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento da verdade".

"O ex-presidente Lula não tem qualquer relação com os fatos investigados. A medida provisória em questão foi editada e aprovada pelo Congresso em 2013, quando ele não era mais presidente da República", informou o instituto, na nota.


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