Folha de S. Paulo


Políticos gaúchos realizam ato contra o impeachment de Dilma Rousseff

Felipe Bächtold/Folhapress
Políticos gaúchos se aliam ao PT em ato contra o impeachment de Dilma em Porto Alegre

Rivais políticos nas últimas eleições, militantes de diversos partidos e movimentos sociais se reuniram em Porto Alegre nesta sexta-feira (11) em um ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Organizado pelo PT, o evento contou com a presença da ex-candidata a presidente Luciana Genro (PSOL), do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, de sindicalistas e de grupos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Ao lado de representantes de movimentos que enfrentou nos protestos de 2013, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), leu uma mensagem contra o que foi chamado de "golpe" e disse que a mobilização pelo mandato de Dilma independe de "divergências ideológicas e programáticas".

Antigo adversário do prefeito, o ex-governador petista Tarso Genro também compareceu, assim como Olívio Dutra (PT), que governou o Estado de 1999 a 2002.

Fortunati disse a jornalistas que articula junto com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), um movimento de prefeitos de capitais contra o impeachment. Ele pretende reunir os colegas de outros municípios com Dilma em Brasília na próxima semana.

Único a discursar no ato, Lupi criticou a mídia e disse que é preciso não se impressionar com "multidões".

"Se berrarem, nós sabemos berrar também. Se tiverem que fazer enfrentamento, em nome da democracia, nós vamos dar as nossas energias em última instância para defender em nome da pátria", disse.

Deputados federais petistas e deputados estaduais, como Manuela D'Ávila (PC do B), fizeram também um coro dizendo "não vai ter golpe".

O evento foi organizado em frente à estátua do governador Leonel Brizola (1922-2004), que foi lembrado por liderar a Rede da Legalidade, mobilização que garantiu a posse de João Goulart na Presidência em 1961.

No último domingo, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), lançaram o movimento Golpe Nunca Mais, contra o impeachment de Dilma e inspirado na Rede da Legalidade de Brizola.

Apesar de o ato ter sido realizado em área anexa ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, nenhum representante do governador José Ivo Sartori (PMDB) compareceu.

MARCHA

À tarde, cerca de 2.000 pessoas, segundo estimativa da Brigada Militar (a PM gaúcha), participaram de uma marcha pela região central de Porto Alegre.

O ato, chamado de "Marcha dos Sem", reuniu centrais sindicais e movimentos sociais, como o MST. Os manifestantes protestaram contra o pedido de impeachment e contra o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).


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