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UFRJ revoga título concedido a Garrastazu Médici

Associated Press
ORG XMIT: 244401_0.tif O presidente Emílio Garrastazu Médici (esq.) ao lado do presidente norte-americano Richard Nixon, em visita aos EUA, em 1971. (Washington, EUA, 07.12.1971. Foto: Associated Press)
O presidente Emílio Garrastazu Médici (esq.) ao lado do presidente norte-americano Richard Nixon

A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) revogou o título de honra do general Emílio Garrastazu Médici, presidente do Brasil entre 1969 e 1974, período em que o país vivia sob ditadura militar.

A revogação foi proposta pela Comissão de Memória e Verdade da UFRJ e decidida por aclamação durante uma assembleia do Conselho Universitário da UFRJ nesta quinta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos.

O título de Doutor Honoris Causa foi concedido a Medici em 1972 pelo então reitor Djacir Menezes. O regimento da universidade indica que a homenagem pode ser feita "a personalidades nacionais e estrangeiras de alta expressão".

De acordo com o relatório da comissão, durante a gestão de Médici, 26 pessoas vinculadas à universidade, entre professores e alunos, foram vítimas da repressão do regime. Fazem parte da lista Stuart Angel, estudante da Faculdade de Economia e Administração e filho da estilista e ativista Zuzu Angel, e o professor Raul Ferreira, da Faculdade de Engenharia.

Segundo a comissão, a homenagem ao ditador era ofensiva à memória dos estudantes e professores vitimados pela ditadura.

"A revogação do título referido não nos trará de volta os que morreram, mas os reparará moralmente assim como seus familiares", diz o relatório da Comissão de Memória e Verdade da UFRJ.


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