Folha de S. Paulo


Para barrar manobras, partidos pedem ação da PGR para afastar Cunha

Deputados do PSOL e da Rede ingressaram nesta quarta-feira com uma representação pedindo que a Procuradoria-Geral da República envie uma ação cautelar ao Supremo Tribunal Federal com o objetivo de afastar do cargo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A atitude dos partidos tem o objetivo de barrar a mais nova manobra de bastidor patrocinada por aliados de Cunha para tentar enterrar o processo de cassação do peemedebista no Conselho de Ética da Câmara.

Aliados vão recorrer à Mesa da Câmara, presidida pelo próprio Cunha e composta por aliados, contra a decisão do Conselho de negar a troca do relator do processo, Fausto Pinato (PRB-SP), que deu parecer favorável à continuidade do processo de cassação.

Cunha argumenta que Pinato não pode relatar o caso porque estaria impedido: no início do ano o seu partido, o PRB, fez parte do bloco que o elegeu presidente da Casa. Esse bloco, entretanto, foi desfeito ainda no início do ano.

No entorno de Cunha, a informação é a de que ele irá se declarar impedido para decidir sobre o recurso e repassará a decisão ao vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), que é seu aliado.

"As suas manipulações e manobras não têm limite", afirmou o líder da bancada do PSOL, Chico Alencar (RJ), segundo quem a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, prometeu dar uma resposta à representação antes do recesso de fim de ano do Judiciário.

"O Brasil não merece que um processo dessa gravidade [o impeachment de Dilma Rousseff] seja conduzido por uma pessoa sob a qual recaem as maiores suspeitas de cometimento de crime. Se não formos socorridos pela PGR e pelo Supremo, o Congresso continuará sob o tacão de Cunha", disse Alessandro Molon (RJ), líder da Rede.


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