Folha de S. Paulo


Pezão compara juros da dívida de Estados com União a 'agiotagem'

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, criticou nesta quinta-feira (3) os juros cobrados pela União no processo de renegociação da dívida com os Estados.

"É [cobrado o] IGP-DI mais 9%. Nem agiota tem coragem de cobrar isso", afirmou, em entrevista após participar de evento do setor de petróleo.

Com salários e pagamentos a fornecedores atrasados, o governador disse que precisa buscar mais R$ 2 bilhões para honrar os compromissos do Estado até o fim do ano. Ao mesmo tempo, afirmou, teve que pagar R$ 8,5 bilhões à União, referente a parcela da dívida renegociada em 1997.

"Como pode um Estado como o Rio, que renegociou sua dívida em 1997 e já pagou R$ 45 bilhões, ainda dever R$ 66 bilhões?", questionou, em seu discurso de encerramento do evento.

Na entrevista, Pezão defende a redução do pagamento da dívida do ano que vem, com compromissos de realizar investimentos e promover novos cortes de custos.

"Ano que vem tem que pagar R$ 6 bilhões. Poderia pegar R$ 3 bilhões e investir na atividade econômica, com compromissos de que nós estaremos reduzindo [custos]", explicou.

Esta semana, o governo do Rio editou uma lei que facilita a regularização de débitos por empresas que devem menos de R$ 10 milhões em impostos, em mais um esforço para levantar recursos.

Pezão tenta também antecipar a receita de royalties do petróleo, por meio de financiamento com bancos, mas diz que a operação é vista como de alto risco porque a receita é garantida por liminar desde que o Congresso aprovou a mudança na redistribuição das receitas do petróleo.

Segundo ele, o governo pode aumentar de imposto ou cobrar ICMS na produção de petróleo caso a liminar seja derrubada.


Endereço da página: