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Bumlai avisa que vai ficar calado e pede dispensa de CPI do BNDES

Paulo Lisboa/Folhapress
O pecuarista José Carlos Bumlai, na 21ª fase da Operação Lava Jato, deixa o IML de Curitiba (PR) após exame de corpo de delito
José Carlos Bumlai, preso pela Lava Jato, deixa o IML de Curitiba (PR) após exame de corpo de delito

O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enviou um ofício à CPI do BNDES nesta sexta-feira (27) avisando que ficará calado em seu depoimento, marcado para a próxima terça-feira (1º), e por isso, pedindo para ser dispensado.

Bumlai foi preso na última terça (24) na última fase da Operação Lava Jato, sob suspeita de ter intermediado um negócio na Petrobras com o objetivo de saldar uma dívida do PT. Ele estava em Brasília para prestar depoimento à CPI nesse dia, o que acabou inviabilizado –por isso a sessão para ouvi-lo foi adiada para a próxima semana.

A CPI o convocou para obter esclarecimentos sobre suspeitas de irregularidades em empréstimos junto ao BNDES para suas empresas. O banco diz que seguiu as normas, mas houve inadimplência no pagamento do crédito.

"Em que pese o adiamento da tomada de seu depoimento, o peticionário, entendendo que sua posição atual é efetivamente de investigado, já adianta que exercerá seu direito constitucional de permanecer calado diante das perguntas dos deputados, pois se reservará a prestar os esclarecimentos necessário em juízo", diz a petição, assinada por seus advogados.

E continua: "Assim, seu deslocamento de Curitiba a essa Casa, às custas do Estado, somente trará gastos desnecessários à máquina pública e em nada contribuirá para os trabalhos dessa CPI".

Em resposta, o presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), despachou um ofício dizendo que é "garantia constitucional" da comissão manter a convocação e que ele terá o direito constitucional de permanecer em silêncio.

O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) afirmou que "é preciso cumprir o que deliberou o plenário e trazê-lo ao colegiado. Se ele, na hora, quiser recorrer ao direito de ficar em silêncio, que o faça".


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