Folha de S. Paulo


Crise financeira fecha bibliotecas usadas como vitrine eleitoral no RJ

Duas bibliotecas de referência do Rio terão suas atividades suspensas a partir desta quarta-feira (25) por falta de recursos do governo estadual. O fechamento das bibliotecas-parque da avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, e do município de Niterói vai ocorrer por tempo indeterminado.

As unidades instaladas nas favelas de Manguinhos, zona norte, e Rocinha, na zona sul, vão funcionar em horário reduzido, de 12h às 18h. Anteriormente a abertura do espaço ocorria às 11h, e o fechamento, às 19h.

A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira durante uma reunião entre representantes do governo estadual, da secretaria de cultura e do Instituto de Desenvolvimento de Gestão (IDG), organização social responsável por administrar as bibliotecas.

A secretaria de cultura, por meio de nota, afirmou que o fechamento é reflexo da "forte retração da economia brasileira", que "está gerando impactos significativos nas finanças de todos os estados".

Matriz das unidades, a biblioteca da avenida Presidente Vargas passou por uma reforma que durou quatro anos, e foi entregue no início do ano passado, com 200 mil livros e 20 mil filmes. As obras custaram R$ 71 milhões.

Durante a reinauguração, o então governador Sérgio Cabral chegou a afirmar que abertura da representava "o epicentro de um novo projeto de conceito de biblioteca no Brasil".

No período de campanha eleitoral, no fim do ano passado, o atual governador Luiz Fernando Pezão prometeu construir outras bibliotecas, chegando a 20 unidades em todo o estado. As quatro unidades foram usadas em diversos programas eleitorais do então candidato.

Agora, no entanto, as bibliotecas-parque são mais uma das vítimas da crise econômica que afeta o Rio. Nesta terça-feira, a Uerj (Universidade do Estado do Rio) iniciou uma paralisação de sete dias devido à ausência de serviços terceirizados de limpeza e segurança.


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