Folha de S. Paulo


Cunha diz que oposição não é grande o suficiente para paralisar a Casa

Ao comentar os movimentos da oposição para paralisar as votações na Câmara, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) minimizou o poder de mobilização de seus até recentemente aliados e afirmou que eles não têm capacidade de paralisar a Casa.

"Todos eles, juntos, não têm número suficiente para paralisar a Casa", afirmou o peemedebista na tarde desta segunda (23).

Nesta terça (24), líderes da oposição e de partidos que se dizem independentes vão se reunir para discutir como se dará a obstrução para tentar forçar politicamente como se dará a saída de Cunha. PPS, PSB, PSOL e Rede já anunciaram que vão obstruir todas as votações, assim como pretendem deixar de comparecer às próximas reuniões de líderes, momento em que a pauta de votações de semana é discutida.

O DEM, que semana passada se reuniu e não entrou em consenso sobre o distanciamento formal a Cunha, deve seguir o mesmo caminho dos independentes. No PSDB a tendência é adotar uma obstrução seletiva, votando algumas matérias que o partido considerar de interesse.

Para Cunha, embora a obstrução seja uma forma dos partidos de mostrarem insatisfação com o peemedebista e inviabilizarem a continuidade dele na Presidência, vai refletir apenas "a posição da Casa". "Se eles querem ficar em obstrução o tempo inteiro e tiver maioria para obstruir, significa que a Casa não quer votar. Não vou me constranger com essa possibilidade".

Cunha lembra que, ao ser eleito para o cargo, não contou com o apoio da oposição. O PSDB apoiou o desafeto do peemedebista Júlio Delgado (PSB-MG).

"Se a presidente da república tem um dígito de popularidade, não quer dizer que ela vai ter que deixar o poder por causa disso. Fui eleito. O momento da minha eleição acabou. Naquele momento tive maioria na Casa, sem PT, PSDB, PSOL, PPS. Se eles estão questionando, pode questionar a vontade. Não vou tirar a legitimidade da minha eleição em função de qualquer questionamento, como você não pode tirar a legitimidade da eleição da presidente por questionamento, a não ser contestação de natureza legal. Não vou aceitar o questionamento da legitimidade. Vou continuar exercendo igualzinho estava até agora. Até o final do mandato".


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