Folha de S. Paulo


Temer diz que é preciso coragem e que 'por enquanto não' sobre Presidência

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 17-11-2015, 12h00: Lideranças do PMDB, o vice presidente Michel Temer, o presidente do senado senador Renan Calheiros, o presidente da câmara deputado Eduardo Cunha, o ex presidente Jose Sarney, o presidente da fundação Ulysses Guimarães Moreira Franco e demais autoridades, participam do Congresso da Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, no Hotel Nacional, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O vice-presidente da República, Michel Temer, durante evento do PMDB em Brasília

O vice-presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira ( 17 ) que seu partido tenha "coragem de não fugir da verdadeira luta" e também não se encolha "diante da demagogia fácil".

Temer falou no encerramento do congresso organizado pelo centro de estudos de sua sigla, em Brasília, e fez um discurso abordando abertamente a gravidade da crise que vive o país. Antes dele, aliados defenderam a ruptura do PMDB com o governo Dilma Rousseff.

O vice-presidente, entretanto, afirmou que o partido não sairá do governo federal.

"Isso é natural (debate sobre desembarque). Nós temos de colaborar com o país e, mesmo as pessoas que querem a saída do governo federal, querem colaborar com o país", disse. "(O PMDB) não vai sair", acrescentou, ao ser perguntado sobre a possibilidade de ruptura com o PT.

Durante sua exposição, o vice foi interrompido por militantes pró-impeachment.

Com réplicas da boneca inflável que satiriza a presidente nas mãos, os militantes gritaram "Temer presidente" e "impeachment".

Sem graça, o vice respondeu: "Por enquanto não... em 2018... o PMDB terá candidato. Eu estou encerrando minha carreira."

Depois do protesto, Temer retomou o discurso. Ele disse que a crise econômica é a mais grave das crises que o país vive hoje e defendeu o plano de governo lançado pelo PMDB, a "Ponte para o futuro".

"Estamos procurando soluções para o país. Não é de hoje que tenho falado em reunificar o pensamento nacional", afirmou. Ele citou a estabilização da economia e a ascensão da nova classe C como "conquistas hoje ameaçadas".

"COSMÉTICAS"

Temer disse ainda que para sair da crise, será preciso fazer "mudanças estruturais, não cosméticas". Para o vice, ou se aprova a idade mínima para aposentadoria ou a Previdência padecerá, por exemplo. "Ou mudamos, ou quebrará. E quebrada não pagará ninguém", disse.

Temer disse que não haverá "retrocesso" e encerrou pedindo que a militância saia "incendiada com o fogo que é símbolo do PMDB".

Formulador do evento e amigo pessoal de Temer, o ex-ministro Moreira Franco disse, pouco antes de o vice discursar, que "a maioria dos brasileiros decidiu retomar seus destinos". "E como seu representante, não podemos falhar nessa hora", concluiu.


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