Mais de 600 manifestantes, segundo a PM, reuniram-se na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta sexta-feira (13).
Segundo a organização do evento, eram 3.000 pessoas na manifestação. A maioria dos participantes estava na faixa dos 20 anos.
É o segundo dia seguido de protesto contra o parlamentar. Enquanto o foco do ato de quinta (12) era fazer oposição ao projeto de lei 5.069, que dificulta o aborto legal, a manifestação desta sexta visou criticar todas as iniciativas da pauta conservadora de Cunha.
Além do PL 5.069, também foram atacadas a redução da maioridade penal, aprovada na Câmara em agosto, e o estatuto da família, que define a entidade familiar apenas como a união entre homem e mulher, excluindo qualquer caso de união homoafetiva.
Um manifestante vestiu uma máscara de Eduardo Cunha e se posicionou atrás de grades para pedir a prisão do deputado, que é dono de dinheiro mantido na Suíça e é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) em dois inquéritos diferentes, um dos quais já deu origem a uma denúncia na Justiça.
O protesto, que deixou o vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) pouco antes das 19h, passou em frente ao consulado da Suíça em São Paulo, logo ao lado do museu, para entoar gritos de guerra pela prisão de Cunha.
De acordo com a estudante de direito Laryssa Sampaio, uma das organizadoras do ato, a manifestação visa, além de repudiar projetos da pauta conservadora, enfocar as acusações contra o presidente da Câmara. O ato conta com a presença de militantes do Levante Popular da Juventude –a que Sampaio pertence–, do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Movimento dos Pequenos Agricultores, entre outros.
A passeata chegou à praça Roosevelt, na região central, por volta das 20h. Cerca de 28 policiais militares e duas viaturas acompanhavam o protesto, que se dispersou às 20h30, sob ameaça de chuva.