Folha de S. Paulo


Norma de Cunha para evitar manifestações provoca fila na Câmara

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No primeiro dia de implementação, a regra imposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo a qual todos que entrarem na Casa, com exceção de parlamentares, são obrigados a passar pelo detector de metais, gerou longas filas no início da manhã desta sexta-feira (6), tradicionalmente o dia de menor movimento no Congresso Nacional.

Por volta das 11h, a reportagem não encontrou mais filas. A irritação dos funcionários no dia mais tranquilo da Casa chegou à Diretoria Geral que está reunida para estudar formas de tornar o cumprimento da medida factível. Segundo pessoas ouvidas pela Folha, teme-se que, numa quarta-feira, quando o movimento na Câmara atinge o pico da semana, haja confusão nas entradas.

A medida de reforço na segurança foi anunciada na quinta (5), um dia após Cunha ser alvo de um protesto em que recebeu uma chuva de notas falsas enquanto concedida uma entrevista no Salão Verde. A manifestação também gerou uma outra reação do peemedebista, conforme também informou a Folha na quinta.

Entre terças e quintas-feiras, quando há sessões no plenário e os deputados estão no Congresso, apenas pessoas credenciadas e parlamentares poderão passar pelo Salão Verde, o mais importante da Câmara, que dá acesso ao plenário, onde ocorrem as entrevistas coletivas e por onde Cunha passa ao chegar e deixar a Casa.

Entre os argumentos, Cunha afirma a necessidade de cumprir o um ato da Mesa Diretora nº 3 de 1995, segundo o qual "nas dependências privativas de parlamentares, somente serão admitidos funcionários, jornalistas e técnicos credenciados, sem serviço, e convidados para tal fim autorizados".

Apesar de se valer dessa norma para restringir os acessos ao Salão Verde da Casa, Cunha não cumpre outro ato, que é conjunto com o Senado, de acordo com o qual não são permitidas instalações nos arredores do Congresso.

Há mais de duas semanas, manifestantes do MBL (Movimento Brasil Livre), que apoiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, estão acampados no gramado em frente a Câmara. O movimento, que começou com cerca de nove barracas, cresce diariamente e, nesta sexta, já contava com mais de 50 barracas instaladas no local.


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