Folha de S. Paulo


CPI do Carf rejeita convocação e quebra de sigilo de filho de Lula

Reprodução/TV UOL
Luis Claudio Lula da Silva (filho e Lula) Reproducao TV UOL ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O empresário Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

A CPI do Carf no Senado rejeitou por unanimidade, nesta quinta-feira (5), a convocação de um dos filhos do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, devido à investigação contra ele na Operação Zelotes, da Polícia Federal. Também foram rejeitadas as convocações dos ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra.

Uma empresa de Luís Cláudio foi alvo de busca e apreensão pela PF e ele próprio foi ouvido em depoimento. A suspeita é de que pagamentos da empresa Marcondes e Mautoni a Luis Cláudio tenham sido por conta de lobby junto ao governo Lula.

Os requerimentos de convocação foram de autoria do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que também é o presidente da CPI e por isso pautou os requerimentos. A CPI, porém, tem maioria governista, por isso não houve a aprovação.

Os requerimentos aumentavam a pressão sobre o ex-presidente Lula, que já foi alvo de suspeitas na Operação Lava Jato devido ao pagamento de empresas investigadas para palestras de Lula.

Houve críticas da base aliada à tentativa de convocações. A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) afirmou que a convocação de Erenice já havia sido rejeitada outras duas vezes pela CPI. O senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou a intimação do filho de Lula pela PF às 23h, como revelado pela Folha.

Também foram rejeitadas as quebras de sigilos bancário e fiscal das empresas de Luís Cláudio e de Erenice Guerra, assim como a transferência dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do filho de Lula.

"Mas só tem governista né", comentou Ataídes, após a votação. Otto Alencar disse que "cada senador vota com sua consciência" e pediu que ele tivesse condução "imparcial" da comissão.

A CPI do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) foi criada no Senado em maio para acompanhar as investigações da Operação Zelotes, que investigava a venda de sentenças nesse conselho, mas cujo foco acabou sendo ampliado.

Pedro Ladeira/Folhapress
Sessão da CPI do Carf no Senado, que blindou ex-presidente
Sessão da CPI do Carf no Senado, que blindou ex-presidente

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