Folha de S. Paulo


Aécio minimiza pedido do PT para investigar suas contas de campanha

Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) minimizou nesta terça-feira (27) o pedido do PT que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o Ministério Público Eleitoral investiguem irregularidades apontados pelo partido em sua prestação de contas na disputa pela presidência em 2014.

O tucano ironizou a varredura feita pelo PT em seu balanço, que ainda depende de análise no TSE.

"Eu acho que é muito produtivo que o PT possa se aprofundar na análise das nossas contas, porque vai ser pedagógico. Eles vão aprender como se faz uma campanha correta, transparente, para que não passem mais pelo constrangimento que estão passando hoje de ter as contas da presidente investigadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Todas as nossas respostas estão na nota", disse Aécio ao deixar uma cerimônia no TSE.

A ação petista é uma resposta à movimentação do PSDB que ingressou com quatro ações na Justiça Eleitoral que podem levar a cassação da presidente Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer. No documento, o PT sustenta que há irregularidades em 78% (2.397) dos recibos eleitorais apresentados pelo PSDB à Justiça Eleitoral, além do uso de empresas com atuação suspeita e irregularidade na contratação de servidores.

O PT sustenta que a contabilidade traz lançamentos de receitas não localizadas no extrato bancário, uso indevido de recursos do Fundo Partidário, gastos efetuados antes da abertura de contas bancárias do candidato, despesas não contabilizadas, empresas que existiram apenas no período eleitoral e contratação irregular de funcionários.

Em nota, o PSDB afirmou que o PT "não aponta uma única ilegalidade na prestação de contas do candidato Aécio Neves. Pelo contrário, as questões levantadas não se sustentam, tratando-se apenas de uma tentativa de confundir a opinião pública e tirar o foco das gravíssimas suspeições que recaem hoje sobre a campanha da presidente Dilma Rousseff e o PT".

Sobre os recibos, o partido afirma que "trata-se de um erro formal constatado pela própria campanha a partir de uma auditoria interna realizada por iniciativa do PSDB, que identificou uma falha no sistema de lançamentos realizados em planilha Excel, como demonstrado ao TSE. Tal falha encadeou uma sequência de erros percebidos na prestação de contas e devidamente corrigidos.

"A falha ocorrida não gerou qualquer modificação de valores contábeis, não tendo havido, portanto, nenhuma alteração nos valores de receitas ou de despesas nas contas do Comitê Financeiro ou do candidato", completou.

O PSDB afirmou ainda que "inexistiram quaisquer depósitos em dinheiro na conta de campanha do candidato Aécio Neves", conforme alegou o partido rival.

Os petistas também haviam apontado, entre as supostas irregularidades, um depósito em dinheiro de R$ 1,2 milhão, efetuado pelo Comitê Financeiro Nacional (em 19 de novembro de 2014) e que tem como beneficiário o próprio comitê.

"Como demonstra o extrato bancário, houve um erro da agência bancária que identificou, em 19 de novembro de 2014, como doador para o Comitê Financeiro o CNPJ do próprio Comitê Financeiro (20.558.161/0001-02). Identificado esse erro, houve estorno do valor de R$ 1.200.00,00 no mesmo dia e, em seguida, foi efetuado novo crédito com a identificação do real doador, ou seja, pelo CPF do senador Tasso Jereissati", explica a nota tucana.

O PSDB também respondeu a acusação de que houve utilização indevida de servidores públicos no gabinete do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice de Aécio.

"Os mesmos se encontravam de férias durante o período de campanha eleitoral, sendo que suas atividades após o período de férias se restringiram a funções de assessoria parlamentar", diz a nota.


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