Folha de S. Paulo


Deputado vai à PGR por afastamento de Cunha da Presidência da Câmara

Após tentar sem sucesso recolher assinaturas de líderes dos 28 partidos na Câmara para um manifesto pelo afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Casa, o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) entrou nesta quinta-feira com uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo afastamento do peemedebista de suas funções.

O deputado, que é vice-líder do governo na Casa, faz questão de ressaltar que a ação tem motivação pessoal, como parlamentar, e nenhuma orientação do Palácio do Planalto.

Costa alega que Cunha tem usado o cargo para atrasar as investigações sobre seu caso. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça.

Além disso, o deputado menciona ainda o fato de Cunha estar segurando, como informou a Folha nesta quinta, o andamento de seu processo de cassação, que está parado na Mesa Diretora.

"Ao exercer a Presidência da Câmara tem chantageado outros poderes e submetido a Casa às suas próprias vontades o que, ao nosso sentir, fere a ordem pública", afirma Costa na representação, na qual ainda completa que Cunha "vem praticando atos na presidência com o claro sentido de ocultar ou eclipsar as denúncias contra si oferecidas".

Nesta quarta, mais um partido pediu o afastamento do peemedebista do comando da Câmara. O PDT, em nota na Executiva Nacional, defendeu formalmente que Cunha deixe suas funções, juntando-se ao PSOL, Rede e à oposição.

Os deputados da oposição, embora tenham defendido em nota divulgada há quase duas semanas o afastamento do peemedebista do cargo que ocupa na Casa, têm mantido conversas com ele nos bastidores, com a intenção de não inviabilizar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que depende, num primeiro momento, de Cunha.


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