Folha de S. Paulo


Novo ministro de Ciência e Tecnologia comete gafe e agradece à ABL

O novo ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, cometeu uma gafe ao assumir o cargo nesta quinta-feira (8). Em discurso, agradeceu à Academia Brasileira de Letras –ao seu lado, porém, estava o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis.

"O doutor Jacob Palis já me posicionou sobre as demandas da Academia Brasileira de Letras", disse, sendo imediatamente corrigido pelos convidados, a maioria parlamentes, pesquisadores e representantes de entidades do setor. "Pensando aqui na minha área", corrigiu, em referência à sua área de formação acadêmica.

Em uma cerimônia marcada por manifestações de apoio ao governo, Pansera disse que foi convidado para ocupar o cargo com o objetivo de colaborar para a "estabilidade política" e num "esforço consciente" da presidente Dilma Rousseff em "ampliar a articulação do poder Executivo com o Legislativo".

"Sou uma pessoa que gosta de conversar e dialogar. Acredito que minha trajetória pessoal guarda absoluta coerência com a missão que tenho a honra de assumir", afirmou, em referência aos sete anos em que esteve à frente da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica) no Rio de Janeiro.

Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ministro também aproveitou o discurso para responder às críticas sobre a sua indicação e de colegas do PMDB para outras pastas, como a Saúde. "Somos políticos e temos orgulho do que fazemos", disse.

Sobre cortes no orçamento, Pansera defendeu que "eventual limitação de recursos não é nem será obstáculo para o melhor funcionamento das instituições".

"O Brasil passa por um grande desafio econômico e político. Por um lado, isso sinaliza a redução direta da disponibilidade de recursos a curto prazo. Por outro, cria a possibilidade de revisar métodos e processos para continuar estimulando a pesquisa e o desenvolvimento", afirmou.

Pansera recebeu o cargo do ex-ministro Aldo Rebelo ao lado do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, a quem agradeceu pela indicação ao cargo, e do novo ministro da Saúde, Marcelo Castro. Além da Academia Brasileira de Ciências, também estavam na mesa os presidentes do CNPq, Hernan Chaimovich, e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader.

O ministro disse ainda que terá como foco o estímulo à ciência e à criação de novas tecnologias e "sua incorporação nos processos produtivos".

"Não adianta desenvolver papers e projetos de pesquisa se não eles têm relação com a vida real das pessoas. Boa parte disso passa pelo setor produtivo e vamos saber como conduzir isso", afirmou.

Ele também defendeu a destinação de recursos do pré-sal para a área de ciência e tecnologia e novas fontes de financiamento.


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