Folha de S. Paulo


O trabalho vai continuar, diz advogado da presidente

Em rápida entrevista após a derrota no governo no votação das contas da presidente Dilma Rousseff no TCU (Tribunal de Contas da União), o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, disse que o trabalho de defesa da presidente "vai continuar".

"Temos convicção da qualidade do trabalho [de defesa da presidente]", disse Adams aos jornalistas após a decisão unânime do tribunal.

O AGU teve 20 minutos para defender o governo antes do relatório do ministro. Em sua fala, Adams começou afirmando que o tribunal tinha que respeitar sua jurisprudência por já ter aprovado atos que, agora estava condenando.

Adams também centrou sua defesa na avaliação de que não houve as chamadas 'pedaladas fiscais' porque os contratos entre os bancos públicos e o governo para pagar benefícios têm previsão de que o governo pode ficar sem fazer depósitos. Ele lembrou que a Caixa pagou ao governo R$ 141 milhões em 2014 pelo tempo que o governo ficou com saldos na conta.

"Não existe meia operação de crédito, como não há meia gravidez", afirmou o defensor da presidente lembrando que na semana passada ele editou decreto limitando o prazo desses tipo de débito em cinco dias.

O advogado da presidente também reclamou do excessivo tom político que o processo adquiriu e defendeu a posição do governo de ter recorrido ao Supremo para tentar impedir o julgamento.

"É coisa mais difícil que um advogado pode fazer é ir contra o juiz. Mas é para defender seu cliente", disse Adams.


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