Folha de S. Paulo


Deputados ausentes do PT e do PMDB garantiriam votação de vetos

A presença de todos os deputados do PT e do PMDB que faltaram à sessão do Congresso Nacional desta quarta-feira (7) garantiria ao governo o quórum necessário para iniciar a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos da chamada pauta-bomba.

Pelo segundo dia consecutivo, a base governista da Câmara contribuiu para esvaziar a sessão –era necessária a presença de 257 deputados, mas apenas 223 registraram presença, faltando 34 deputados para ser possível começar a deliberar.

Do lado do Senado, cujo ambiente é mais amigável ao Palácio do Planalto, 68 senadores compareceram.

Do partido da presidente Dilma Rousseff, o PT, só faltaram sete parlamentares. As ausências são justificadas por correligionários com compromissos nos estados ou doenças.

Já o PMDB, maior partido da base aliada, mesmo após ser contemplado com sete ministérios na reforma ministerial, continuou com ampla ausência. A bancada –sem considerar o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não é obrigado a votar– tem 65 deputados, mas só 37 registraram presença na sessão de hoje, dois a mais de na terça.

O líder da sigla na Casa, Leonardo Picciani (RJ), que ontem alegou problemas de "logística" e "deslocamentos" para as ausências na sessão de ontem, disse hoje que o partido fez sua parte para assegurar o quórum e garantir a votação dos vetos presidenciais.

Outros partidos governistas de tamanho médio, como PP, PSD, PR e PTB também contribuíram para o esvaziamento da sessão. Juntos, registraram a ausência de 87 deputados. Os próprios líderes das bancadas não estiveram presentes: Eduardo da Fonte (PP), Rogério Rosso (PSD), Mauricio Quintela (PR) e Jovair Arantes (PTB).

O movimento foi formado para mostrar à presidente Dilma que ela errou ao priorizar Picciani como interlocutor do governo na reforma ministerial.

Não surtiu efeito a articulação do Palácio do Planalto, que após a derrota de terça, ligou para vários líderes governistas para pedir atuação juntos às bases para assegurar o quórum.

Enquanto palacianos e líderes do governo no Congresso tentavam atuar em favor da sessão de vetos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), articulava com aliados da oposição o esvaziamento da oposição, o que deu resultado.

Do PSDB, nenhum deputado registrou presença. O DEM, que tem uma bancada de 21 parlamentares, só teve quatro presenças confirmadas no painel.

Desse lado, a pressão é pela votação, no Senado, da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que retoma o financiamento privado de campanha, proibida pelo STF em meados de setembro.

Sem quórum


Endereço da página:

Links no texto: