Com a ameaça da Câmara dos Deputados de derrubar os vetos presidenciais e aprovar medidas que aumentam os gastos públicos, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (6) que as lideranças políticas coloquem os interesses do país acima dos demais.
Em evento de assinatura de decreto que beneficia micro e pequenas empresas em contratações do governo federal, a petista afirmou que, para o Brasil ser um país de fato democrático, tem de ter a capacidade de articular consensos.
Nesta terça, o Planalto sofreu sua primeira derrota desde a reforma ministerial e administrativa e não conseguiu assegurar quórum suficiente para colocar em votação os vetos presidenciais. As medidas podem ter um impacto de R$ 63,2 bilhões para os cofres públicos até 2019.
"Esse país tem de perceber, e suas lideranças têm de perceber, quando os interesses do país devem ser colocados acima de todos os outros interesses", afirmou.
Para assegurar a manutenção dos vetos presidenciais, o Palácio do Planalto tem atuado para enfraquecer dissidentes na base aliada. Uma nova sessão parlamentar foi marcada para a manhã desta quarta-feira (7).
O governo federal teme que a votação seja protelada mais uma vez. Isso porque o Tribunal de Contas da União deve julgar também nesta quarta as contas do governo relativas a 2014.
Caso a maioria na corte acate a posição do relator Augusto Nardes, que deve pedir a rejeição das contas, o receio é de que o clima no Congresso Nacional se torne hostil e o governo federal possa ser derrotado na semana que vem.
Congresso analisa vetos de Dilma
A assinatura do decreto das micro e pequenas empresas foi promovida no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, e contou com a participação do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Seu partido faz parte da oposição ao governo federal.
Em discurso, no entanto, o governador também defendeu que as autoridades devem pensar em uma pauta que ajude o país e defendeu as parcerias do governo federal com as gestões estaduais.
"No momento de crise, é necessário a união de quem tem compromisso com o Brasil", disse.