O relator da CPI da Petrobras da Câmara, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), criticou o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e a Polícia Federal por não colaborarem com os trabalhos do colegiado.
Em sessão da CPI nesta terça-feira, Luiz Sérgio queixou-se por Cardozo não ter respondido a um requerimento enviado pela CPI.
Segundo o deputado, tratava-se de um pedido de informações sobre a investigação do episódio em que foi encontrada uma escuta na cela do doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba.
No primeiro momento, de acordo com Luiz Sérgio, o ministro afirmou que a colocação do esquipamento foi ilegal, sem amparo de uma decisão judicial, e adiantou que uma sindicância deveria ser concluída em 30 dias.
A CPI, então, emitiu nova solicitação 60 dias depois, segundo o deputado petista, que jamais foi respondida pelo Ministério da Justiça. O silêncio de Cardozo irritou Luiz Sérgio.
"(São) questões nebulosas que trazem preocupação a esse relator. Não estamos conseguindo avançar porque não estamos tendo colaboração", afirmou o parlamentar.
Ele protestou ainda contra a Justiça Federal, que negou o pedido de compartilhamento do inquérito aberto para apurar a instalação da escuta.
O relator também reclamou da Polícia Federal pela forma como foi comunicada a ausência de dois policiais que deveriam comparecerem à comissão nesta tarde.
São eles a agente Maria Inês Slussarek e o delegado Paulo Renato Herrera. Ambos apresentaram atestados de licença médica.
"Em relação a Maria Inês, nos informam que, segundo eu soube informalmente, que a funcionária vai entrar de licença médica. Eu nunca vi um órgão público justificar a um outro órgão público que soube informalmente que a funcionária vai apresentar licença médica", exemplificou.
Luiz Sérgio adiantou que pedirá uma audiência com Cardozo para tratar dos temas.
OUTRO LADO
O Ministério da Justiça enviou uma nota oficial para rebater as críticas do relator do deputado petista e informou que atendeu "a todos os requerimentos da CPI".
De acordo com a pasta, há apenas uma solicitação pendente, datada da semana passada (dia 23) e remetida à PF no dia seguinte.
O MJ acrescenta ainda que também enviou "as informações disponibilizadas pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça e pela Polícia Federal".