Folha de S. Paulo


Em tom de despedida, Chioro diz que Saúde vive situação financeira 'crítica'

Pedro Ladeira - 15.jan.2015/Folhapress
O ministro Arthur Chioro, que busca financiamento à Saúde
O ministro da Saúde, Arthur Chioro

O ministro Arthur Chioro (Saúde) minimizou sua eventual saída do comando da pasta e disse não se sentir "em hipótese alguma" incomodado diante de negociações entre o Palácio do Planalto e o PMDB, partido que pode assumir o controle da área.

A pasta da Saúde foi ofertada pela presidente Dilma Rousseff ao PMDB, como forma de garantir o apoio do principal partido da base aliada num momento de crise política.

"Eu me sinto muito realizado pessoalmente, profissionalmente, politicamente, por tudo aquilo que já fiz na minha vida, por tudo aquilo que vamos continuar fazendo com vocês, independente do lugar onde cada um vai estar", afirmou Chioro nesta quinta feira (24).

"Não é momento de balanço, não é momento de nada. A gente continua firme e forte. (...) No momento devido a gente pretende se pronunciar sobre todas as coisas", disse o petista.

Num segundo momento, o ministro afirmou querer "apontar algumas preocupações" em referência à previsão do orçamento da saúde para 2016. Chioro apontou de forma explícita quais serão as áreas mais afetadas na Saúde. Neste ano, a pasta sofreu o segundo maior corte da Esplanada dos Ministérios.

Assim, ficam reduzidos para o próximo ano recursos para remédios ofertados na Farmácia Popular (R$ 574 milhões) e repasses para procedimentos de média e alta complexidade (cirurgias e hemodiálise, por exemplo), num valor estimado em R$ 5,3 bilhões.

"Temos uma dificuldade imensa. Isso significa o seguinte: a luta para enfrentar o subfinanciamento estrutural do SUS tem que continuar", disse.

Chioro se mostrou ainda preocupado com a dependência da ajuda de congressistas para garantir verba para o setor. "O pressuposto de que demais recursos sairão de emendas impositivas é uma incerteza da nada."


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