Folha de S. Paulo


Modelo aprovado pelo STF fomenta o caixa dois, diz Caiado

Sérgio Lima - 17.mar.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 17-03-2015: Sen. Ronaldo Caiado - Audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), presidida pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), para ouvir o ministro do Planejaento, Nelson Barbosa. O ministro deverá falou sobre as ações fiscal incluídas nas Medidas Provisórias que estabeleceram uma série de alterações nas regras de seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão. (Foto: Sergio Lima Folhapress - PODER)
O senador Ronaldo Caiado (DEM), que é a favor do financiamento privado

Líder da bancada do DEM no Senado e um dos mais ferrenhos opositores do governo Dilma Rousseff, o senador Ronaldo Caiado (GO) é contra o fim do financiamento privado.

Para ele, a medida faz com que candidatos que controlem diretórios partidários ou que exerçam cargo no Executivo tenham vantagem.

Para funcionar a contento, diz ele, o fim do financiamento privado, que foi decidido pelo STF, deveria ser acompanhado de mudanças no sistema eleitoral brasileiro. Leia trechos da entrevista.

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Folha - Por que o financiamento privado de campanha é ruim para o país?
Ronaldo Caiado - Essa situação existiu anteriormente. Nós já tivemos esse modelo, estamos voltando a ele. Ora, se nós saímos dele, é porque estava viabilizando –e cada vez mais fomentando– a criação do caixa dois.

Qual seria a solução do problema? Está provado que caixa dois existe mesmo com financiamento privado.
Você não pode sair de uma premissa errada para ter uma conclusão, senão a conclusão vai estar errada. Se teve um assalto na Petrobras, não é por isso que ela foi contaminada. Se você tem um sistema que é lista fechada, aí tudo bem. Porque o financiamento não é problema do candidato, é do partido, e há como controlar [doações e gastos].

Candidatos que tentam reeleição teriam vantagem?
Um cidadão que está no partido que tem o governador ou o presidente. O que ele pode fazer? Cada secretaria dá para um partido. Aí o candidato já vai ter maioria de rádio e televisão [porque tem uma coligação maior]. Aí ele tem a estrutura toda de mídia [publicidade estatal]. A mídia dele vai ser bancada com dinheiro público.

Então, o uso da máquina e o caixa dois aumentariam sem o financiamento privado?
Lógico que vai. Nós tivemos essa experiência. Não precisamos ter imaginação. Temos simplesmente que relembrar os escândalos que ocorreram antes de ter o financiamento de empresas privadas, só isso.

Evolução das receitas eleitorais (em R$ bilhões)

Maiores financiadoras em 2014 (em R$ milhões)

Divisão das despesas por partido em 2014 (em R$ milhões)

Principais gastos das campanhas em 2014 (em R$ milhões)

Como é no mundo


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