Folha de S. Paulo


Executivo do Schahin fica em silêncio na CPI da Petrobras

Com autorização judicial, o executivo Kenji Otsuki, do Grupo Schahin, permaneceu em silêncio nesta quinta-feira (17) em sessão ordinária da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados.

Diante das perguntas dos deputados federais sobre a participação do empresário no esquema de corrupção na empresa estatal, ele repetiu como resposta de que ficaria calado "por orientação de seus advogados".

O Grupo Schahin é acusado nas investigações da Operação Lava Jato de participar esporadicamente do cartel de empreiteiras que superfaturava obras para a Petrobras.

A companhia teve seu nome citado nas delações premiadas e faz parte do grupo de 23 empresas que foram excluídas de novas licitações pela empresa estatal.

Em depoimento, o operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro chegou a chamar Kenji Otsuki de "o homem da propina do Banco Schahin".

No início da sessão ordinária, o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), leu decisão liminar do ministro Teori Zavascki do STF (Supremo Tribunal Federal) que garantiu ao executivo o direito de permanecer calado durante seu depoimento.

A decisão assegurou a Kenji Otsuki o direito de não se incriminar e de não ter sua prisão decretada caso não revelasse informações.

Não é a primeira vez que executivos do Grupo Schahin permanecem em silêncio em sessão da CPI da Petrobras. Outros cinco empresários da companhia também ficaram calados em maio durante sessões ordinárias para as quais foram convocados.

SILÊNCIO

O ex-diretor Unipar Carbocloro Frank Abubakir também conseguiu decisão judicial e manteve silêncio em depoimento nesta quinta-feira (17) na CPI da Petrobras.

A petroquímica está no alvo de um inquérito da Polícia Federal na Operação Lava Jato por ter feito pagamentos ao doleiro Alberto Youssef.

Em depoimentos à Polícia Federal, dirigentes da Unipar confirmaram ter pago R$ 812 mil ao doleiro para intermediação de negócios e prestação de serviços de consultoria, e admitiram que nenhum serviço foi prestado, mas negaram que fosse propina.


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