Folha de S. Paulo


Dilma assume que será difícil entregar moradias do Minha Casa Minha Vida

Roberto Stuckert Filho/Divulgação/PR
Campina Grande - PB, 04/09/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais do Loteamento Acácio Figueiredo e Raimundo Suassuna, do Programa Minha Casa Minha Vida. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Dilma em cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida em Campina Grande (PB)

A presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta sexta-feira (4) que o governo federal terá dificuldade e precisará "suar a camisa" para entregar mais três milhões de moradias prometidas para a terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida.

"Vamos deixar contratadas mais três milhões de moradias. Vai ser difícil fazer as três milhões, mas nós vamos suar a camiseta para fazê-las. Eu não digo que todas vão estar prontas, mas vão estar contratadas", afirmou a petista.

Dilma esteve em Campina Grande (PB) nesta tarde para entregar 1.948 unidades do programa habitacional que é vitrine do governo. O investimento nas obras foi de R$ 91,3 milhões, segundo o governo federal, e beneficiou cerca de 7.800 pessoas com renda familiar mensal de até R$ 1.600.

Na primeira fase do Minha Casa Minha Vida, foram entregues um milhão de unidades habitacionais. Na segunda, foram feitas mais 2,75 milhões de casas. A terceira fase prevê a construção de três milhões de moradias até 2018. Até agora, segundo o governo, já foram beneficiadas mais de 9,2 milhões de pessoas.

"O Brasil está construindo hoje, neste instante, em torno de 1,4 milhão de moradias. Estamos ao lado daqueles que mais precisam no Brasil. Nós usamos uma parte dos impostos para garantir que as pessoas tenham acesso à moradia. O governo federal, ao escolher onde gasta, escolheu o Minha Casa Minha Vida, e, com imensa dificuldade, vamos fazer todo esforço para contratar mais moradias para a população", afirmou.

A presidente anunciou no início de agosto que a terceira etapa do programa será lançada no próximo dia 10 de setembro. A Folha apontou que a nova fase do programa perdeu 36% dos recursos.

Em julho, a presidente afirmou que o programa –bandeira de sua gestão– seria poupado de cortes.

NÚMEROS DO PROGRAMA - Em milhões

Dilma também afirmou que o governo irá superar rapidamente a crise. "Temos de ter fé neste país, na nossa própria força e reconhecer que temos dificuldades. Todo mundo, independente do interesse partidário, da convicção de cada um, nós temos de primeiro olhar o bem deste país. Como na sua casa, diante de dificuldade, se todo mundo ficar junto, superamos mais rápido. Não podemos voltar atrás, perder aquilo que já conquistamos. O Minha Casa Minha Vida, o Fies, não podemos perder. É compromisso do governo. Podem ter certeza de que o país vai ficar melhor, sair desta rápido porque, se nós nos unimos, juntos somos capazes de superar este momento."

A presidente não falou sobre política e não deu recados à oposição ou ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), que disse ontem (3) que Dilma dificilmente manteria seu mandato se não melhorasse seus índices de popularidade.

ELOGIOS

Aliado de Dilma e do PT, o governador Ricardo Coutinho (PSB) defendeu o mandado da presidente, dizendo que eleição se discute somente em 2018 e que quem foi eleito deve governar, criticando o que chamou de partidarizando da crise política e econômica.

"Não podemos ficar calados quando a gente vê determinados arautos, fazendo de conta que o Brasil é uma bola, que se joga para um lado e para outro e o povo no meio, como se não tivesse vendo nada. Político que é político tem de defender o Brasil, tem de mostrar capacidade de transpor as dificuldades, para oferecer um futuro melhor, não adianta ficar apenas no quanto pior, melhor", disse Coutinho.

O prefeito de Campina Grande, o tucano Romero Rodrigues, também elogiou Dilma. "Em função das diferenças políticas, se criou muitas discussões sobre a sua presença em Campina Grande, mas quem soube pedir, tem de saber agradecer as inúmeras obras que o governo federal entregou na cidade. Só se vence as dificuldades com parcerias", disse o prefeito, que é primo e aliado do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), líder do PSDB no Senado.

Campina Grande é a única cidade grande do Nordeste em que Dilma perdeu para Aécio nas eleições de 2014.


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