Folha de S. Paulo


Alvo da Lava Jato, ex-líder de gestões Lula e Dilma é indiciado pela PF

Antonio Cruz/ABr
Antonio Cruz/ABr09062011ANT6538Brasília - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza, após reunião do PMDB
O ex-deputado Cândido Vacarezza, que foi indiciado pelo PF

A Polícia Federal apontou indícios da prática do crime de corrupção passiva pelo ex-líder de governos petistas na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza (PT-SP) , e pelos deputados federais Vander Loubet (PT-MS) e Nelson Meurer (PP-PR), em razão do suposto recebimento de dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava Jato.

As conclusões da PF estão em dois relatórios finais entregues ao STF (Supremo Tribunal Federal), corte onde tramitam as investigações relativas aos congressistas.

Vacarezza foi líder do governo na Câmara durante as gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

A PF relatou ao STF ter encontrado indícios de que Vacarezza recebeu valores ilícitos por meio do doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato, para o financiamento de sua campanha eleitoral de 2010.

Segundo a PF, a quantia foi entregue em um apartamento de Vacarezza a pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também é um dos colaboradores do caso.

O deputado federal Vander Loubet (PT-MS), investigado no mesmo inquérito relativo a Vacarezza, foi beneficiário de R$ 1 milhão oriundo do esquema por meio de Youssef, a pedido do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, de acordo com a PF.

Em outro inquérito, os policiais federais apontam indícios de que o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) foi o destinatário de R$ 2 milhões do esquema criminoso entre 2008 e 2013.

Parte desse valor teria sido repassado por meio de doações eleitorais oficiais durante a campanha de 2010 e foram realizadas a mando de representantes da construtora Queiroz Galvão, relatou a PF.

Agora o ministro do STF Teori Zavascki, relator das investigações, deverá encaminhar os relatórios para o Ministério Público Federal, que decidirá pela apresentação de denúncia contra os acusados ou pelo arquivamento das investigações.

OUTRO LADO

Vacarezza disse que ainda não teve acesso ao relatório, mas nega que ter cometido qualquer crime. Afirmou que não há provas contra ele e lembrou que em depoimento Paulo Roberto Costa negou ter orientado Alberto Youssef a repassar valores a ele.

A assessoria do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos informou que ele já prestou esclarecimentos à Justiça e não iria se manifestar.

A construtora Queiroz Galvão negou o pagamento de propinas e afirmou que segue rigorosamente as leis do país.

A Folha não conseguiu fazer contato com os deputados Loubet e e Meurer na noite desta quinta-feira (3).


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