Folha de S. Paulo


Dilma pede a Cunha 'canal direto' com presidente da Câmara

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 16-04-2015, 10h00: Presidente Dilma Rousseff, na foto cumprimentando o presidente da câmara dos deputados dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), participa, ao lado do ministro da defesa Jaques Wagner e do comandante do exército, general Eduardo Villas Bôas, de cerimônia comemorativa do dia do exército, no quartel general do exército, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Eduardo Cunha cumprimenta Dilma Rousseff em abril

A presidente Dilma Rousseff afirmou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deseja estabelecer um "canal direto", sem intermediários, com o parlamentar.

Ambos se reuniram nesta terça-feira (1) para discutir a relação. Foi o primeiro encontro dos dois desde que Eduardo Cunha rompeu com o Palácio do Planalto, em 17 de julho, acusando-o de patrocinar seu envolvimento no esquema da Lava Jato.

A reunião de Dilma e Cunha marca o retorno de uma certa civilidade entre o Planalto e a Câmara, embora não resolva os problemas de ingovernabilidade na Câmara.

Até porque, apesar do encontro, Cunha não volta à condição de aliado (e continuará defendendo a saída do PMDB da Esplanada). Por ora, apenas retoma o diálogo com a presidente da República.

A ruptura custou ao governo nos últimos dois meses diversas derrotas em votações na Câmara, muitas delas com forte potencial de onerar o anêmico caixa da União em meio à desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto).

Ao mesmo tempo, o rompimento também foi responsável por um desgaste na imagem do presidente da Casa, criticado por viabilizar propostas que prejudicariam a economia do país e, com isso, passando a imagem de que agia por vingança, sem dimensionar as consequências.

O acordo para estabelecer um "canal direto", portanto, serve tanto à presidente da República quanto ao presidente da Câmara.

Na conversa, segundo a Folha apurou, Cunha afirmou que o governo tem errado muito, não só no Orçamento, referindo-se ao fato de Dilma ter jogado para o Congresso a responsabilidade de resolver a previsão de déficit nas contas públicas para 2016.

Apesar da avaliação, ele contou a aliados ter afirmado à presidente que "não se furtaria a discutir os problemas do país".

"Não é bom pra mim ir para a briga aberta", disse o peemedebista a interlocutores.


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