Folha de S. Paulo


Investimento em empresa investigada foi sugerido por Petrobras, diz Petros

O diretor-presidente da Petros, Henrique Jäger, afirmou nesta terça-feira (1) que o investimento de R$ 1,7 bilhão do fundo de pensão na Sete Brasil foi apresentado pela Petrobras e pela Caixa Econômica Federal.

Segundo a Polícia Federal, a empresa que teve o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco como diretor, o qual foi preso pela Operação Lava Jato, replicou o esquema de corrupção na petroleira estatal.

Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados, Jäger disse que o investimento na empresa criada para administrar sondas do pré-sal tinha "previsão de alta taxa de retorno".

Ele ressaltou também que, auditoria realizada a pedido do fundo de pensão, não demonstrou irregularidades na aplicação dos recursos.

"Ele era um investimento com previsão de alta taxa de retorno e, em nenhum momento, atores externo da Petros tiveram influência em investimentos", disse.

O ex-presidente da Sete Brasil João Carlos Ferraz admitiu em carta enviada à Polícia Federal que recebeu US$ 1.985.834,55 em propina dos estaleiros que trabalham para a companhia na construção de sondas de exploração do pré-sal.

Jäger afirmou que em 2002 reuniu-se, na sede da Petrobras, com o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque, também preso na Operação Lava Jato.

Ele negou, no entanto, que no encontro tenha sido tratado, à época, sobre investimentos do fundo de pensão.

A CPI dos Fundos de Pensão deve aprovar convocação na próxima quinta-feira (3) tanto de Barusco como de Ferraz para prestarem esclarecimentos sobre o pagamento de propina na Sete Brasil.


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