Folha de S. Paulo


Acusação é 'facilmente derrubável', diz defensor de Cunha

A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado nesta quinta-feira (20), informou que ainda não teve acesso ao documento produzido pela PGR (Procuradoria-Geral da República), mas que a acusação é "é facilmente derrubável" por ser baseada "em um delator infiel, que mente".

A declaração foi dada pelo advogado Davi Machado Evangelista, que atua no escritório de Brasília que defende Cunha.

"Ainda não tivemos acesso à denúncia, mas por tudo que vimos até agora, soubemos que deve vir uma denúncia lastreada unicamente na delação de uma pessoa que em quatro oportunidades disse uma coisa, e no quinto depoimento, mudou sua versão", disse Evangelista.

O defensor faz referência ao delator Júlio Camargo, que atuava como operador no esquema investigado pela Operação Lava Jato e afirmou ter pago propina ao deputado. Segundo Camargo, Cunha recebeu US$ 5 milhões em propina após o fechamento de contratos entre a Petrobras e a Samsung Heavy Industries, da Coreia, para fornecimento de navios-sondas para a estatal do petróleo.

A investigação sobre Cunha começou a partir de depoimento, prestado em acordo de delação premiada, pelo doleiro Alberto Youssef em outubro de 2014 à força tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba (PR). Camargo também fechou um acordo de delação mas, a princípio, não confirmou a propina a Eduardo Cunha. A versão mudou por volta de março deste ano, quando, em novos depoimentos à PGR, o delator confirmou a história narrada por Youssef.

De acordo com o advogado, as acusações de Camargo contra Cunha "são inverídicas".

Eduardo Cunha


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