Folha de S. Paulo


RÉPLICA

Força-tarefa não tem relação nenhuma com ato pró-impeachment

Procuradores afirmam serem inverídicas informações do texto 'Além do Previsto' (02/08), de Janio de Freitas

O tema da palestra foi como contribuir com um país mais justo, com menos impunidade e corrupção, o que é uma campanha do Ministério Público Federal

Ao tratar da palestra do procurador da República da Lava Jato Deltan Dallagnol, feita no Rio de Janeiro, sobre a campanha do Ministério Público Federal chamada "10 medidas contra a corrupção", o jornalista Janio de Freitas fez afirmações inverídicas.

Cumpre apresentar, neste direito de resposta, os fatos reais, testemunhados por mais de cem pessoas:

a) A campanha não tem qualquer vinculação com manifestações pró-impeachment do dia 16 de agosto, sobre as quais a força-tarefa é absolutamente neutra.

Essa suposta conexão foi criada pinçando-se arbitrária e maliciosamente uma de seis datas para atividades, programadas por algumas igrejas batistas em apoio à campanha, em um slide da palestra. O slide contempla atividades de algumas igrejas para os dias 8, 16, 23, 29 e 30 de agosto, e 2 de setembro. Para os dias 16 e 23 de agosto, domingos, está prevista a realização de "cultos com mensagem sobre ética, compaixão e justiça", conforme slide.

b) A palestra não ocorreu em igreja, mas em auditório de Faculdade Teológica;

c) A imprensa não foi convocada para o evento;

d) O procurador não fez "oração";

e) Não há página "de pastor" no Facebook;

f) Não há "uma pregação" "de âmbito nacional" agendada;

g) Apenas um de mais de 70 slides abordou a Operação Lava Jato, apresentando números gerais (de denunciados, acordos, cooperações internacionais e valor recuperado).

O tema da palestra foi como contribuir com um país mais justo, com menos impunidade e corrupção, o que é uma campanha do Ministério Público Federal.

O evento se inseriu no contexto de diversas palestras do procurador em faculdades de direito, congresso de medicina, procuradorias, comunidades judaica, clubes Rotary e congressos de empresários. Outros procuradores do Brasil têm feito palestras similares.

A força-tarefa expressa sua indignação com a distorção dos fatos para atribuir caráter político-partidário a uma manifestação legítima do procurador. O trabalho da força-tarefa é técnico, imparcial, apartidário e se pauta pela lei e pela Constituição.

ANTONIO CARLOS WELTER, ATHAYDE RIBEIRO, CARLOS FERNANDO DOS SANTOS LIMA, DELTAN DALLAGNOL, DIOGO CASTOR, JANUÁRIO PALUDO, PAULO GALVÃO, ORLANDO MARTELLO e ROBERSON POZZOBON são procuradores da República em Curitiba


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