Folha de S. Paulo


Defesa de mandato de Dilma gera controvérsia entre governadores

A defesa da governabilidade e do mandato da presidente Dilma Rousseff gerou uma discordância entre governadores da base aliada e da oposição ao final do encontro entre a petista e os 27 governadores do país, ocorrido nesta quinta-feira (30).

Um grupo de cinco governadores e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foram escolhidos para falar aos jornalistas sobre o encontro.

Primeiro a se pronunciar, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que houve uma manifestação dos governadores pela "defesa clara e inequívoca da ordem institucional", "contra qualquer tipo de interrupção dos mandatos vigentes" e pelo "mandato legítimo da presidente Dilma Rousseff".

Já o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), afirmou que é preciso garantir a governabilidade de todos os que foram democraticamente eleitos.

Questionado sobre a sua posição e a do PSDB em relação à manifestação dos colegas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que o tema não foi discutido na reunião. "Isso não foi tema e nem está em discussão. Defendemos investigação, investigação, investigação. Nosso dever é cumprir a Constituição", afirmou o tucano.

Apesar de não citarem a palavra impeachment, os governadores afirmaram que a instabilidade política do governo não pode ser usada para gerar uma instabilidade econômica. A reunião durou cerca de quatro horas no Palácio da Alvorada.

A presidente propôs a conversa no início da semana para discutir arrecadação de impostos e pedir apoio para evitar a aprovação das chamadas pautas-bomba no Congresso. O governo quer que os chefes estaduais articulem suas bancadas na Câmara e no Senado para impedir a aprovação de projetos que custem caro aos cofres públicos.

Participaram da entrevista também os governadores Marconi Perillo (PSDB-GO), e Raimundo Colombo (PSD-SC).


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