Folha de S. Paulo


Consultor investigado pela Lava Jato fecha acordo para delação

Junior Pinheiro - 11.mai.2015/Folhapress
Empresas de Mario Goes têm contratos fictícios com empreiteiras
Empresas de Mario Goes têm contratos fictícios com empreiteiras

O consultor Mario Goes, que responde desde esta terça (29) por sua segunda ação na Lava Jato, virou delator.

Segundo a Procuradoria, ele agia como operador para pagar propina de construtoras à diretoria de Serviços da Petrobras, que foi comandada por Renato Duque. Para isso, suas empresas faziam contratos fictícios de consultoria com empreiteiras.

O primeiro depoimento de Goes como colaborador foi prestado nesta terça à Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso desde fevereiro.

Nele, o réu disse que foi convidado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco a usar suas empresas para receber "comissões". A ação seria, segundo Barusco, endossada pelo PT. A sigla sempre negou relação com o esquema.

Goes admitiu ainda que movimentou ao menos R$ 3,4 milhões e outros US$ 6 milhões, no Brasil e no exterior, para o pagamento de propinas. Em um dos termos, ele trata do pagamento de propina pela Andrade Gutierrez.

Na época da prisão de Goes, investigadores disseram que nenhuma prova indicava que suas empresas tinham capacidade de prestar os serviços de consultoria.

A defesa de seu filho, Lucélio Goes, também réu, afirmou não negociar delação. "Só soube do acordo de Mario Goes hoje [quarta]", disse o advogado Lucio de Constantino. Ele diz não saber de nenhuma condição do acordo de Mario que possa beneficiar seu cliente, Lucélio.


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