Folha de S. Paulo


Justiça prorroga prisão de ex-diretor da Educação do Paraná

A Justiça prorrogou, na noite de sexta-feira (24), a prisão do ex-diretor da Secretaria da Educação do Paraná Maurício Jandoi Fanini e do representante de uma empreiteira, acusados de desviar recursos de obras em escolas públicas do Estado.

Eles foram presos na última terça (21), sob suspeita de terem comandado o pagamento de R$ 25 milhões à construtora Valor, desde 2011, sem que as obras estivessem sendo executadas.

No caso mais extremo, segundo investigações que começaram no próprio governo, a empreiteira recebeu 99% dos recursos por duas escolas que estavam apenas 1% concluídas.

Uma auditoria da Secretaria da Educação mostrou que os fiscais responsáveis pelos contratos não iam ao local para verificar seu andamento, e atestavam percentuais de conclusão maiores do que a realidade –por ordem do então diretor Fanini.

Na sexta, o delegado Renato Figueiroa, que comanda a investigação, pediu a prorrogação das duas prisões por mais cinco dias "para que não haja qualquer tipo de interferência ou coação aos demais envolvidos". A Justiça acatou o pedido à noite.

Fanini e Eduardo Lopes de Souza, procurador da Valor, irão permanecer presos na penitenciária de Piraquara até o final desta semana. A defesa de Fanini nega seu envolvimento e diz que o ex-diretor se dispôs a falar à polícia desde o início das investigações. O advogado de Souza também refuta as acusações.

Outras três pessoas, também detidas temporariamente na última terça, foram soltas. Elas eram funcionárias da empreiteira –uma delas, segundo a polícia, admitiu participação no esquema.

A investigação prossegue: os policiais ainda investigam quem eram os destinatários do dinheiro e se outros contratos da Valor com o governo também estavam irregulares.

Ao final do inquérito, os suspeitos podem ser indiciados sob suspeita de peculato, tentativa de fraude à licitação, associação criminosa e falsidade ideológica.


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