Folha de S. Paulo


Odebrecht pede extensão do prazo para explicar anotações de presidente

A defesa da empreiteira Odebrecht pediu à Justiça a extensão do prazo para dar explicações sobre as anotações do empresário Marcelo Odebrecht, que sugerem que ele tentou obstruir as investigações da Operação Lava Jato antes de ser preso.

O juiz Sergio Moro solicitou a manifestação da defesa até esta quinta (23).

Nos arquivos, encontrados no celular do executivo, há frases como "trabalhar para/anular (dissidentes PF...)" e "higienizar apetrechos MF e RA", o que foi entendido como uma referência a obstruir a operação e eliminar arquivos comprometedores de empresários da Odebrecht (nesse caso, os ex-diretores Márcio Faria e Rogério Araújo, também presos).

Em petição apresentada nesta quarta (22), os advogados Dora Cavalcanti e Augusto Botelho afirmam que não podem se manifestar sobre as anotações sem antes falar com Marcelo –que está detido na superintendência da PF em Curitiba.

"Como destacado no próprio despacho, 'tudo está sujeito à interpretação', e a única pessoa que pode interpretar as anotações é o seu autor", escrevem os defensores.

Cavalcanti e Botelho afirmam que se reunirão com Marcelo apenas nesta quinta (23), em visita reservada na PF. Por isso, pedem a extensão do encontro, a fim de debater o tema, e também do prazo dado pelo juízo.

Até o início desta noite, o juiz Sergio Moro ainda não havia se manifestado sobre o pedido.

Em nota à imprensa nesta terça (21), a defesa de Marcelo disse que a Polícia Federal fez "interpretações distorcidas, descontextualizadas e sem nenhuma lógica temporal" das anotações, e que não se ateve a fatos concretos, mas se apegou a suposições.


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