No discurso que fará neste domingo (5) ao ser reconduzido à presidência do PSDB, o senador Aécio Neves dirá que o PT pratica o vale tudo para se manter no poder.
"Os sucessivos escândalos consolidam a ideia de que instalou-se um modus operandi organizado e sistematizado em que vale tudo para se manter no poder", afirmará o tucano.
Embora a expectativa seja que ele use a fala para indicar se o partido retomará a investida pro-impeachment da presidente Dilma Rousseff, a intenção de Aécio não é abordar o tema diretamente.
Mas ele vai usar o discurso pra associar a campanha de Dilma aos desvios na Petrobras investigados na Operação Lava Jato.
"Escândalos que agora colocam sob grave suspeição a campanha que elegeu a atual presidente e a campanha do presidente que a antecedeu, além de outras, do mesmo partido, espalhadas pelo país afora", diz o mineiro, derrotado pela presidente no segundo turno do ano passado, no texto que declamará aos convencionais.
Aécio dirá ainda que "a lei é para todos e deve ser implacavelmente aplicada".
"Não admitimos que a afronta às normas legais se constitua, como aconteceu nos últimos anos, em conduta aceitável por parte dos comandantes do país", diz o texto.
Ele deve centrar fogo na crise econômica e no desemprego crescente. Vai defender o equilíbrio das contas –embora o PSDB tenha votado na Câmara e no Senado a favor de medidas que aumentam gastos, como o fim do fator previdenciário e o reajuste dos servidores do Judiciário.
"O equilíbrio nas contas públicas por meio de um programa virtuoso que busque diminuir os gastos não essenciais e racionalize a gestão pública, sem penalizar os brasileiros com uma das maiores cargas de impostos do mundo", diz o discurso.