Folha de S. Paulo


Fernando Pimentel usou gráfica citada na Operação Lava Jato

A campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), pagou R$ 440 mil a uma empresa que é citada na operação Lava Jato como suspeita de repassar propina ao ex-deputado André Vargas (sem partido-PR).

A gráfica MPV7 caiu na investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras por ter feito diversos depósitos na conta de uma empresa fantasma mantida pelo paranaense, entre 2011 e 2014.

O dinheiro era pago por indicação da agência de publicidade Borghi/Lowe. Ela subcontratava firmas para executar serviços e, em troca, pedia que essas entidades repassassem parte dos ganhos à conta da LSI, empresa de fachada do ex-deputado.

Vargas se desfiliou do PT em 2014, quando o escândalo na Petrobras já havia estourado. Ele foi preso em abril passado, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro.

A MPV7 foi a quarta maior fornecedora de material de propaganda da campanha de Pimentel ao governo mineiro, em 2014. Segundo a prestação de contas entregue pelo comitê do petista, a empresa foi contratada para fornecer folhetos, placas e faixas.

Ao todo, a campanha de Pimentel pagou R$ 439,7 mil à MPV7. O montante está distribuído em 72 notas fiscais, com datas que vão de julho a setembro. Os registros mostram que a campanha petista chegou a fazer até 30 pagamentos em um só dia, descritos em notas separadas. Dos 72 recibos, 71 são sequenciais.

REPROVADAS

Em novembro de 2014, a equipe que fiscaliza a prestação de contas dos candidatos no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas achou irregularidades no caixa do petista. Entre elas estava a "omissão" de despesas com gráficas que trabalharam para Pimentel, como a MPV7.

Na checagem dos dados, o controle interno do TRE encontrou ao menos 13 peças publicitárias produzidas pela MPV7 que não tinham sido declaradas à Justiça.

Pimentel retificou essas informações, mas não conseguiu esclarecer todas as pendências. Suas contas de campanha foram reprovadas.

O petista foi condenado a uma multa de R$ 52 milhões e recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para reverter a decisão. O processo ainda não foi julgado.

Os auditores do TRE também flagraram peças produzidas pela Gráfica Editora Brasil, de Benedito Oliveira, fora da prestação de contas de Pimentel. Conhecido como Bené, o empresário foi preso pela Polícia Federal na semana passada acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro.


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