Folha de S. Paulo


Dilma mantém veto apesar de conselho de Lula

A presidente Dilma Rousseff mantém, segundo assessores, a disposição de vetar a nova fórmula proposta pela Câmara dos Deputados para o cálculo das aposentadorias, apesar do conselho que recebeu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sancionar essa mudança.

O Palácio do Planalto decidiu apresentar uma alternativa à nova fórmula a sindicalistas e empresários, num fórum criado pela presidente, com um mecanismo de ajuste automático ao longo tempo de acordo com o aumento da expectativa de sobrevida.

Segundo assessores, o caminho mais cômodo para a presidente seria sancionar a mudança, porque ela não tem impacto fiscal significativo em seu governo, mas Dilma disse que não quer deixar essa herança para gerações futuras.

Lula comentou com aliados que a presidente deveria ter indicado, desde o início, a intenção de sancionar a proposta, porque ela tem o apoio das centrais sindicais. Seria uma forma de reduzir seu desgaste com os trabalhadores.

Técnicos do governo calculam que os gastos da Previdência podem subir R$ 40 bilhões nos próximos dez anos com a mudança proposta pela Câmara, que substitui o fator previdenciário pela fórmula 85/95 –soma, para mulheres e homens, da idade do trabalhador com o tempo de contribuição.

A principal sugestão do governo deve combinar o fator 85/95 com uma escala móvel, levando em conta a expectativa de sobrevida do brasileiro. Ou seja, a soma de idade e tempo de contribuição subiria ao longo de tempo e não seria estática, como na fórmula aprovada na semana passada pela Câmara.


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