Folha de S. Paulo


Professor e católico, Fachin persegue nomeação há anos

Pedro Ribas - 17.abr.2015/ANPr
O advogado Edson Luiz Fachin, indicado por Dilma Rousseff para ser o novo ministro do STF
O advogado Edson Luiz Fachin, indicado por Dilma Rousseff para ser o novo ministro do STF

Em 2010, quando o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Eros Grau se despedia da corte, um jornal paranaense noticiou que era "pelo menos a quinta vez" que advogado Luiz Edson Fachin aparecia como "fortemente cotado" para a vaga.

Mas a cultura jurídica reconhecida do professor de direito civil esbarrava em resistências por sua atuação na áreas de direitos humanos e questões agrárias, onde coleciona posições progressistas.

A alegada proximidade com grupos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) atrapalhava. Em 2008, ele assinou uma "Carta de Repúdio à política oficial" do Ministério Público gaúcho, na época acusado de tentar "criminalizar" a entidade com ações em série.

A assessoria de Fachin diz que ele não trabalhou para o MST nem tem amizade com o líder João Pedro Stédile.

Personalidades da academia e do Judiciário o elogiam. Associações soltaram notas de apoio. E até ministros do STF deram declarações favoráveis. "Do ponto de vista da qualidade técnica, não se pode falar nada contra ele", diz Sérgio Renault, ex-secretário de Reforma do Judiciário.

"Ele é muito técnico [...] Falar que é um quadro do PT e da CUT é má-fé", diz o cientista político Rudá Ricci.

Fachin nasceu em 1958 em Águas de Rondinha (RS), filho único de uma professora e de um pequeno agricultor.

Aos 17, mudou-se para Curitiba. Em 2006, criou seu escritório, com a filha como sócia. Em 2014, a banca associou-se à Girardi Sociedade de Advogados. Hoje, atuam em demandas arbitrais, mediação, questões cíveis, comerciais e ambientais.

Católico, Fachin foi árbitro da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem Ciesp/Fiesp e é membro de diversas câmaras arbitrais no exterior.

Contra o que seus apoiadores chamam de "campanha difamatória", ele colocou vídeos na internet explicando suas posições. As páginas foram criadas pelo diretor de arte da empresa Pepper, Renato Rojas, que presta serviços para o PT e atuou na campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, mostrou o jornalista Claudio Tognolli em seu blog.

Editoria de Arte/Folhapress

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