Folha de S. Paulo


Câmara rejeita emenda que tentava derrubar ponto crucial do ajuste fiscal

O plenário da Câmara dos Deputados derrubou na tarde desta quinta-feira (7) emenda da oposição que tentava anular as mudanças feitas pelo governo nas regras do seguro-desemprego, um dos principais pontos do pacote de ajuste fiscal de Dilma Rousseff.

Por 258 votos contra 195 (houve 3 abstenções), o plenário manteve a alteração da medida provisória 665 –para requerer o benefício pela primeira vez a pessoa terá que ter trabalhado por pelo menos 12 meses. Até a edição da MP esse prazo era de seis meses.

A emenda foi apresentada pela bancada do DEM.

O texto principal da medida provisória foi aprovado pela Câmara na noite desta quarta-feira por 252 votos contra 227. Três emendas que pretendiam alterar o texto já foram rejeitadas. Faltam a votação de outras quatro emendas, processo que deve ser concluído ainda nesta quinta.

Após isso, a MP segue para análise do Senado.

O pacote de ajuste fiscal de Dilma, que reduz direitos trabalhistas e previdenciários, visava uma economia de R$ 18 bilhões. Mas alterações feitas pelo Congresso já reduziram o corte de gasto em cerca de 20% desse valor.

TRAIÇÕES

Assim como na votação do texto principal, o DEM registrou oito traições na votação de sua própria emenda. Entre os que votaram com o governo, ou seja, pela manutenção nas restrições ao seguro-desemprego, estão dois dos mais enfáticos críticos do PT, o ex-presidente da legenda Rodrigo Maia (RJ) e o ex-líder da bancada José Carlos Aleluia (BA).

Essa adesão foi costurada pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), coordenador político do governo, e pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

O placar das votações levou o senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado, a divulgar nota pedindo desculpas aos eleitores e classificando a defecção dos deputados como "deprimente" e uma "traição ao sentimento da população brasileira".


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