Folha de S. Paulo


Não há mais espaço para negociação, diz líder do governo sobre ajuste fiscal

Após participar nesta segunda-feira (4) de reunião com o vice-presidente Michel Temer, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que "não há mais espaço para negociação" nas medidas do ajuste fiscal referentes às mudanças na legislação trabalhista e previdenciária, com votação prevista para esta semana.

"Não há mais, evidentemente, espaço porque a negociação nas comissões especiais avançou muito e agora é votar no plenário", disse Guimarães.

Articulador político do governo da presidente Dilma Rousseff, Temer reuniu os líderes da base aliada e ministros da área econômica para definir os pontos para a provação das medidas.

Guimarães disse ao final da reunião que a base está "em sintonia" e "a viola está afinada" para garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal.

"O governo está feliz e a base está bem, portanto a sintonia está fina e a viola está afinada para a votação de amanhã", disse o petista.

Segundo ele, a posição do PT, favorável às medidas, é "estratégica" para os demais partidos da base. "O PT engata a primeira marcha, o PMDB, a segunda, e a partir da terceira colocamos o carro para andar na votação".

MUDANÇAS

Relator da Medida Provisória 664, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse após o encontro com Temer que "várias mudanças" foram feitas para "garantir que as regras da previdência sejam mais justas e que nenhum direito do trabalhador seja prejudicado".

"Já fizemos as mudanças necessárias. Acredito que não seja necessário continuar mudando porque aí chegaríamos em um ponto de praticamente não realizar a MP", afirmou.

Ainda de acordo com o deputado, os setores do PT críticos ao ajuste tiveram "muitos de seus anseios atendidos" e, por isso, Zarattini acredita que "vai haver unidade na votação".

DEFECÇÕES

O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB) reconheceu que haverá "defecções" entre os congressistas de sua legenda na discussão de medidas do ajuste fiscal. Ele estimou que de um total de 67 deputados, entre 50 e 55 votarão a favor das mudanças. O ministro, no entanto, disse que espera que a bancada do PT "feche questão" em torno do tema.

"Penso que o PT tem tanto ou mais compromisso que os demais partidos com o ajuste", disse após reunião de congressistas com o vice-presidente Michel Temer.


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