Folha de S. Paulo


Pizzolato deve estar à disposição do governo brasileiro a partir do dia 11

O governo italiano comunicou de forma informal a autoridades brasileiras que deve começar a contar a partir do dia 11 de maio o prazo de 20 dias para a transferência do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e que fugiu para a Itália.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) não confirma a data, mas afirmou nesta segunda-feira (27) que a comunicação oficial da Itália ao Brasil deve ocorrer nos próximos dias.

Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão, teve sua extradição autorizada pelo governo italiano nesta sexta (24). Ele havia fugido para a Itália com documentos falsos para não ser preso, mas acabou localizado pela Polícia Federal e detido em uma operação da Interpol no ano passado.

Segundo o ministro da Justiça, o governo brasileiro terá celeridade para a extradição do ex-diretor e a intenção não é utilizar todo o prazo disponível para a transferência. Segundo ele, a intenção do Brasil é fazer a operação da "forma mais reservada possível".

"Nós estamos tomando todas as providencias necessárias para que possamos fazer com a maior brevidade essa transferência. Há um contato permanente brasileiras com as italianas e estamos vendo a melhor forma de fazer a transferência e em curtíssimo espaço de tempo será concretizado", disse Cardozo.

Quatro policiais federais se preparam para buscar Pizzolato na Itália na semana que vem. Ele será trazido para Brasília, onde deve cumprir pena no Presídio da Papuda, onde outros condenados do mensalão já cumpriram pena, como o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil). Em 1 ano e dois meses, Pizzolato poderá pedir a progressão do regime, saindo do fechado para o semiaberto, por exemplo.

A decisão do governo da Itália, Matteo Renzi já foi comunicada, por canais diplomáticos e da Interpol, ao governo brasileiro. Não cabe mais recurso.

É a primeira vez que a Itália extradita um cidadão nacional para o Brasil.

A decisão do governo italiano pôs fim a uma intensa especulação de que a Itália poderia dar o "troco" pelo caso do ex-terrorista Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo governo Lula em 2010, e encerra também uma novela com quase vinte meses de duração.


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