Folha de S. Paulo


PT estuda nomear um tesoureiro tampão

Com dificuldade para escolher um substituto para João Vaccari na tesouraria do PT, a cúpula do partido considera indicar nesta sexta (17) um tesoureiro com mandato temporário até junho, mês do congresso da sigla, na Bahia.

Até lá, o PT pretende se manter só com recursos do fundo partidário e doações de filiados. O tesoureiro tampão se limitará a pagar contas e autorizar despesas.

É uma tentativa de abrandar a resistência de petistas a ocupar o posto. No congresso, o PT avaliará a permanência ou não do indicado.

A cúpula petista tentou convencer três dirigentes a aceitar o cargo: o vice-presidente, Alberto Cantalice (RJ), o secretário de comunicação, José Américo, e o dirigente João Batista (PA). Inicialmente, todos rechaçaram.

A primeira opção do presidente do PT, Rui Falcão, era Cantalice, consultado ainda na noite de quarta (15), quando Vaccari foi preso e afastado do posto. Ele é membro CNB (Construindo um Novo Brasil), ala majoritária.

No fim da tarde desta quinta, a CNB formou uma comissão para fazer consultas a outros nomes que serão sugeridos ao Diretório Nacional.

As discussões, porém, correram nos bastidores. Oficialmente, a Comissão Executiva do PT se reuniu nesta quinta para discutir reações à crise.

A avaliação foi de que a prisão de Vaccari atrapalha ações de recuperação petista e que a forma de atuação do juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, é "midiática" e "política".

Carlos Henrique Árabe, da ala Mensagem ao Partido, propôs que o PT e todos os seus candidatos abrissem mão de doações de empresas privadas. Cantalice sugeriu que só o partido vetasse, mas não os candidatos.

A cúpula do PT, no entanto, não acredita que a proposta seja colocada em votação no diretório nesta sexta. Falcão quer aprovar a medida com ampla maioria no congresso da sigla, em junho.


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