Folha de S. Paulo


CGU diz que divulgou investigação contra SBM antes da eleição

O secretário-executivo da CGU (Controladoria-Geral da União), Carlos Higino, disse nesta quarta-feira (15) que o órgão já havia divulgado em abril de 2014 que tinha aberto uma sindicância contra a empresa holandesa SBM Offshore, embora a abertura do processo de responsabilização só tenha ocorrido em novembro.

Para ele, se houvesse "intenção" da CGU esconder o fato, "não teria feito essa divulgação, até porque poderia construir a investigação de maneira sigilosa, mas a CGU deu divulgação a isso".

"Essa apuração de propina paga pela SBM à Petrobras, quando da instauração desse processo de sindicância em 2 de abril, foi amplamente divulgada pela imprensa. Todos os grandes jornais, revistas, divulgaram e deram a notícia. Temos aí não só uma nota à imprensa que a CGU soltou, mas links e dezenas de matérias demonstrando que havia a investigação, no âmbito da CGU, com relação a isso", declarou.

O ex-diretor da SBM, Jonathan David Taylor, afirmou à Folha, em matéria publicada nesta terça-feira (14), que a CGU segurou a denúncia contra a empresa holandesa durante a campanha eleitoral e só abriu processo contra ela após a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A CGU nega ter segurado o processo para evitar prejuízo político para a presidente e diz que não anexou o dossiê do relator porque considerou que ele poderia ser falso ou com dados obtidos ilegalmente, o que poderia inviabilizar a apuração judicialmente.

Higino participou de audiência na Câmara dos Deputados sobre acordos de leniência.

"Repelimos qualquer possibilidade de que qualquer tipo de investigação tenha sido atrasada em função do calendário eleitoral ou tenha sido omitida em relação a isso", afirmou Higino.

Ele argumenta que a conversão para processo de responsabilização da SBM só foi feito em novembro por conta do tempo da investigação.


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